Margarida Corceiro usou as redes sociais para falar sobre o caso em que se viu envolvida recentemente, após terem sido divulgadas fotografias privadas, que circularam nas redes sociais, e que seriam supostamente da atriz.
A jovem, de 19 anos, publicou um texto na sua conta no Instagram, onde lamentou o sucedido, agradeceu as mensagens de apoio que recebeu e lembrou que muitas pessoas que passam por casos semelhantes não têm a sua sorte, de ter ao seu lado quem as apoie.
“Voltar aqui depois de tudo o que se tem dito sobre mim e sobre a minha imagem não é fácil, mas cá estou. As redes sociais têm o bom da partilha positiva e a fragilidade da partilha negativa”, começou por escrever a atriz.
“Que sirva de ponto final para outros casos e que vos ajude a perceber a gravidade da situação. Quero que imaginem, quero que calcem os meus sapatos – meus e de todas as pessoas a quem isto já aconteceu. Imaginem estar tranquilos na vossas casas ou no vosso trabalho e encontrarem uma imagem que dizem ser vossa a circular pela Internet, milhões de comentários especulativos, milhares de mensagens, telefonemas sem parar e o mais difícil: verem todos os vossos amigos e família a terem que lidar com tudo o que vai saindo sobre vocês sem poderem fazer nada”, continuou.
“Imaginem sair à rua e terem a sensação de que estão todos a olhar para vocês. O meu telefone parou e eu parei com ele. Mesmo estando habituada a ter o meu nome ‘a concurso’ e dezenas de mentiras diárias a circular sobre mim – algumas que até me fazem rir muito – desta vez não deu para rir“, sublinhou.
“Eu tenho a sorte de ter uma estrutura familiar coesa, amigos presentes e profissionais que me acompanham e ajudam a lidar com a situação, mas há centenas de pessoas que não têm”.
“Garanto-vos que não me ri com as mensagens que recebi de pessoas com histórias semelhantes e que, por isso, só queriam desaparecer e pôr termo à vida. Não me ri com histórias de pessoas que acabaram mesmo por fazê-lo, por verem a sua intimidade completamente violada e ‘repartilhada’, vezes e vezes sem conta. Recordo, tudo porque alguém decidiu fazer uma partilha”, continua, sublinhando a urgência de travar este tipo de crime.
“Somos assim tão pequeninos para precisarmos de devassa, partilha, escrutínio, e julgamento?”, questionou. “Garanto-vos que deste lado fiquei muito surpreendia pela negativa, por saber que dar corpo a um monstro está nas nossas mãos e que muitos escolheram alimentá-lo e continuar a corrente sem nunca pensarem no impacto que pode estar a ter na vida de alguém. Que esta minha partilha ajude a refletir sobre este tema e que permita que as centenas de pessoas a quem isto já aconteceu, sobretudo mulheres, possam ser percebidas e não julgadas”, salientou, reforçando a importância de apoiar as vítimas, e agradecendo depois a todas as pessoas que lhe enviaram mensagens de apoio.