Ariana DeBose, de 31 anos, venceu o Óscar de Melhor Atriz Secundária pela sua performance como Anita no musical “West Side Story”.
Na hora de receber o galardão, a atriz celebrou o facto de ser uma mulher afro-latina queer. “Há mesmo lugar para nós”, afirmou, feliz.
A nova estrela é a prova viva de que um concurso de talentos pode ser uma verdadeira rampa de lançamento para uma carreira artística ao mais alto nível: 13 anos depois de ter participado no programa So You Think You Can Dance – e nem precisou de ganhar, ficou “apenas” nos 20 melhores – , tornou-se uma das favoritas para o Óscar de Melhor Atriz Secundária pelo papel de Anita no musical West Side Story, um remake de Steven Spielberg que em 1962 deu a Rita Moreno o mesmo Óscar pela versão original do filme e que acabou mesmo por ganhar.
Depois desta vitória, a que se juntam um Golden Globe e um Bafta, Ariana bem pode congratular-se por ter aceitado o papel, que começou por recusar por não se rever nele. Talvez o facto de não dominar o espanhol, que teve de aprender para dar credibilidade à personagem latina e a manteve insegura até o filme chegar às salas de cinema, tenha contribuído para essa hesitação. “Trabalhei muito para conseguir o sotaque certo e fiquei feliz ao receber feedback de jovens latinas que dizem que se reveem na personagem” disse, satisfeita, ao The New York Times no próprio dia em que soube da nomeação para os Óscares. Dúvidas que refletem o perfeccionismo de uma atriz, cantora e dançarina que cedo teve a certeza de que os palcos eram o seu destino.
Nascida a 25 de janeiro de 1991 na Carolina do Norte, EUA, fez a sua formação académica na área da dança e, depois da estreia televisiva no já referido concurso de talentos, integrou o elenco de uma novela até passar para a Broadway, que tem sido o seu palco de eleição. O musical Hamilton, em 2015, foi o ponto alto desse percurso e deu-lhe a visibilidade que a conduziu a Hollywood, onde, em 2020, fez a versão cinematográfica desse musical, assim como o filme The Prom. Um trajeto certeiro que a conduziu ao sucesso e que espera que lhe permita fazer trabalhos o mais diversificados possível: “Não gosto de rótulos nem de caixinhas. Estou numa fase em que têm surgido muitas e variadas oportunidades. É uma bênção poder escolher”, declarou também ao The New York Times no passado dia 9.
Discreta no que toca à sua vida privada, sabendo-se apenas que a mãe, Gina DeBose, é professora e que do lado do pai tem ascendência africana e porto-riquenha, Ariana esclarece, no perfil que apresenta enquanto cofundadora da Unruly Hearts Initiative, que defende a comunidade LGBTQ+: “Fui abençoada por ter uma família que aceitou a minha sexualidade, da qual tenho dolorosa consciência de que não é a norma.” Ativa na defesa dos direitos das minorias, Ariana também dá voz à representatividade das mulheres negras: “A verdade é que só recentemente foi dado espaço às mulheres negras para serem vistas, ouvidas e valorizadas, por isso é mais importante do que nunca celebrar a plenitude do que significa sê-lo”, escreveu há alguns dias na sua conta de Instagram