Kim Kardashian continua a dar que falar por ter surgido na Met Gala esta segunda-feira, dia 2, com um vestido icónico que outrora pertenceu a Marilyn Monroe. É que especialistas em moda não apreciaram que a peça tivesse sido usada no evento.
A peça em questão foi usada pela falevida atriz em 1962 na festa de aniversário do então presidente dos EUA, John F. Kennedy. Kim admitiu em entrevista que necessitou de uma preparação de três semanas, uma vez que quando experimentou o vestido, este não lhe servia. “Eu experimentei o vestido e ele não me serviu. E disse: ‘Dê-me três semanas. Tenho que perder 7 quilos a partir de hoje’. Foi um grande desafio. Era como um papel de filme. Eu estava determinada a caber no vestido. Não como hidratos ou açúcar há cerca de três semanas”, afirmou.
A dra. Justine de Young, professora de História da Moda no Fashion Institute of Technology, diz que este visual foi “irresponsável e desnecessário”. Em entrevista à revista People, a especialista diz que a socialite devia ter-se ficado apenas pela réplica da peça, que usou quando entrou no Metropolitan Museum de Nova Iorque (a peça real foi apenas usada na passadeira vermelha). “É uma peça icónica da História americana e não deve ser colocada em risco de ser danificada devido a egos pessoais e em sessões fotográficas”, alega.
Além disso, a especialista diz que a o facto de Kim ter precisado de fazer uma dieta drástica para usar o vestido “passa uma triste mensagem, ainda mais quando estamos a tentar a trazer os ideiais de beleza dos anos 1960 para os dias de hoje”.
Scott Fortner, historiador e colecionados especialista em Marilyn Monroe, também referiu à mesma publicação que ficou “preocupado” com esta situação. “Apesar de perceber o interesse de se usar um vestido tão icónico, há vários motivos para que exista preocupação quando outra pessoa que não Marilyn o veste”, diz, salientando o valor histórico da peça: “O vestido foi feito especialmente para Marilyn Monroe. Não é uma criação de um pronto-a-vestir. Foi criado pela vencedora do Óscar da Academia Jean Luís, que desenhou peças para Marilyn usar nos seus últimos dois filmes”.
O especialista refere que a falecida atriz considerava aquele vestido único e exclusivamente dela. “Quando a Marilyn soube que ia atuar na festa de aniversário do presidente John F. Kennedy, contactou Luis e disse: ‘Quero que desenhes uma vestido realmente histórico, um vestido que seja único’. Ela pediu que fosse um vestido que apenas ela o pudesse vestir”. Revela ainda: “A Marilyn estava nua quando o tecido foi literalmente esculpido no sei corpo para que se adaptasse a cada curva”. Por isso mesmo, Fortner afirma que “o tecido e as costuras estavam sob stress” quando Kim Kardashian usou esta criação especial.
Michelle Morgan, autora do livro “The Girl: Marilyn Monroe, the Seven Year Itch, and the Birth of an Unlikely Feminist”, referiu ao The Post estar “desapontada por ver este vestido icónico de 60 anos a ser usado em público”. Explica: “O vestido é extremamente frágil e estava guardado num ambiente controlado, mas agora aqui está ele. não só a ser usado, como a ser usado num ambiente de passadeira vermelha, onde tudo pode acontecer”, destacando que “suor, perfume e maquilhagem” podem danificar de forma irreversível a peça.