O apelido sonante, o mesmo de “primos afastados do meu pai que não têm nada a ver com a minha família direta”, como explica, é apenas mais um dado no “jogo” da vida de Vasco Pereira Coutinho, de 35 anos. Filho de um comercial de uma fábrica de embalagens de cartão e de uma agente imobiliária, ambos já reformados, desde cedo descobriu que era na área da representação que se sentia inteiro – aos seis anos já frequentava assiduamente o Chapitô, uma vez que era o local de trabalho da sua avó –, mas as circunstâncias levaram-no por outro caminho. Candidatou-se ao Conservatório, mas não entrou. Mais tarde tirou o curso de Publicidade e Marketing, em Lisboa, frequentou um seminário em Itália durante dois anos e trabalhou com deficientes e ex-toxicodependentes. Ainda assim, não se sentia preenchido.
Durante muitos anos viveu “encurralado” na sua realidade, mas depois dos 30, e já ciente do impacto que a pandemia tinha causado na vida de milhões de pessoas, foi à procura do que ainda não tinha feito. E foi através das redes sociais, com as famosas personagens Professora Regina e Enfermeira Lurdes, que conseguiu a visibilidade e a determinação necessárias para investir na sua paixão. Hoje em dia sente-se feliz a estudar teatro na Act, a par do trabalho como ator, que vai muito além das personagens humorísticas que interpreta.
Produção: Patrícia Pinto