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Arnold Schwarzenegger não esconde o seu passado familiar. Gustav Schwarzenegger, o pai do antigo governador da Califórnia, foi militante nazi e participou na Segunda Guerra Mundial. Agora, o ator usa a sua “mancha” familiar, como o próprio denomina, para dar o exemplo na luta conta o crescente antissemitismo nos Estados Unidos.
Numa entrevista emitida esta quarta-feira, dia 26, pela CNN norte-americana, Schwarzenegger contou que o pai chegou a combater em algumas das batalhas mais sangrentas, como na invasão da França ou da Polónia.“O meu pai e muitos outros milhões de homens foram absorvidos por um sistema de ódio através de mentiras e enganos. Já temos visto onde leva isso”, afirmou o ator, que revelou ainda como podia ver que o seu pai estava “quebrado” por dentro. “Penso no tipo de atrocidades que aconteceram, quantos milhões de pessoas tiveram que morrer e depois acabaram por perder”.
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Esta não é a primeira vez que Schwarzenegger, que nasceu em Thal, na Áustria, fala abertamente sobre o que viveu com o pai no seu país de origem. Há algumas semanas, o ator juntou-se a uma campanha contra crimes de ódio e antissemitismo que acontecem nos EUA e durante a apresentação partilhou o seu testemunho.
“Vi um suficiente número de pessoas deitarem fora os seus futuros por crenças carregadas de ódio e deixem-me dizer-vos que, além da culpa e das feridas, se sentiam autênticos perdedores. Não importa o quão longe tenhas chegado [dentro desses grupos], quero que todos saibam que continua a existir a possibilidade de ter uma vida correta”, afirmou.
O discurso de Schwarzenegger chega num momento em que o número de incidentes antissemitas têm aumentado nos Estados Unidos. Um relatório publicado pela Liga Antidifamação, que regista este tipo de dados desde 1979, mostra como os ataques têm crescido desde 2021. O ator explicou que, ainda que desconheça o motivo desse aumento, é preciso encontrar “uma forma de o atenuar”.
O ator falou ainda sobre a possibilidade de Donald Trump partir como favorito para a candidatura presidencial republicana no próximo ano, mas diz não acreditar que consiga vencer as eleições, às quais Joe Biden vai concorrer novamente pelos democratas.
Apesar do seu passado republicano, Schwarzenegger não partilha das ideias do ex-presidente e confessa que um dos momentos que mais o preocuparam nos últimos anos foi a invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021. “A primeira coisa que me veio à cabeça quando o vi foi que era perigoso e que estávamos muito, muito perto de perder a nossa democracia”, afirmou.