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Com a aproximação do verão, a preocupação com a aparência aumenta, assim como a procura de cuidados que ajudem a obter um corpo saudável e atraente para aproveitar os dias de sol e praia. É importante manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular e cuidar da saúde da pele com a aplicação de protetor solar e hidratantes, que podem ser complementados com alguns tratamentos estéticos que ajudam a melhorar a aparência da pele, a reduzir medidas e a eliminar a celulite, entre outros objetivos. Um especialista em medicina estética pode, pois, orientar a escolha de melhores opções de tratamento para cada caso, levando em consideração as necessidades e objetivos de cada pessoa. Dessa forma, é possível preparar-se para o verão com confiança e bem-estar, tal como nos explica a Dr.ª Filipa Lisboa, diretora clínica da Ousia Clinic.
– Quais são os tratamentos mais populares para quem procura, nesta altura do ano, preparar o corpo para o verão?
Filipa Lisboa – Por norma, aqueles que incidem na zona do abdómen, da típica barriga, seja porque têm um pouco mais de gordura ou alguma flacidez. Nestas alturas as pessoas perdem sempre algum peso e esquecem-se de que a pele tem de ser tratada também. Além da barriga, há a preocupação com a região das coxas, nomeadamente da parte interior, e dos glúteos.
– Existem tratamentos que se devem evitar fazer durante o verão?
– Por norma, os tratamentos são efetuados com equipamentos que estão preparados para ser feitos também no verão. Se for com tecnologia laser, não convém que a pessoa se exponha ao sol sem proteção no próprio dia. Não porque faça mal, mas porque pode ser desconfortável.
– Que tratamentos recomendaria para melhorar a aparência da pele das pernas, por exemplo?
– Temos vários. A radiofrequência é um deles, por ser um tratamento mais superficial. O laser, se conseguirmos manipular a temperatura, também resulta muito bem com a flacidez. Estes dois, para mim, são os melhores. Depois, temos um equipamento muito interessante, o EMSculpt Neo, que consegue trabalhar a mecânica corporal e, simultaneamente, dar a energia térmica através da radiofrequência. Portanto, tudo o que seja antioxidantes da pele, como os ácidos gordos que são libertados, consegue consumir-se automaticamente. O ideal é fazer uma combinação destes vários equipamentos e, lembro, a fórmula não pode ser igual para todas as pessoas. Depende se é uma gordura localizada ou visceral, há quem tenha cicatrizes, por exemplo, portanto estes protocolos não são iguais para toda a gente. Jogamos com os vários equipamentos para que, em conjunto, possam potenciar o melhor.
“Durante muito tempo, a medicina estética caminhou no sentido de ‘deformar’ um bocadinho as pessoas. Era fazer por fazer, dar à pessoa uma imagem de Photoshop que nunca será realidade.”
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– Porque considera o EMSculpt Neo tão diferenciador?
– Inicialmente foi pensado para fazer escultura corporal. O equipamento anterior só fazia contração por eletromagnetismo, ou seja, a energia do magnetismo faz com que os músculos trabalhem. Provoca contrações supramáximas e, em vez de 30 abdominais, conseguimos no mesmo espaço de tempo fazer 160. É, portanto, um excelente complemento, porque não só vai trabalhar o músculo como, com este modelo mais recente, é associado à radiofrequência. Digamos que é o melhor dos dois mundos: tem a radiofrequência com energia térmica, que destrói os ácidos gordos, e, ao mesmo tempo, o músculo a trabalhar vai consumir esses ácidos gordos, impedindo que entrem em circulação no sangue.
– Existem tratamentos com resultados mais imediatos, mas o ideal seria fazer tratamentos com alguma regularidade para se obterem resultados mais duradouros?
– Exatamente. Todas as pessoas que experimentam estas máquinas saem daqui maravilhadas, porque o efeito é notório. A pessoa vê uma fotografia do antes e do depois e, inevitavelmente, nota a diferença. Mas este efeito é cumulativo, isto é, ele vai melhorando ao longo do tempo e deve ser associado a outras sessões. Para o EMSculpt Neo, por exemplo, recomendamos uma sessão por semana, durante oito semanas.
– Os valores são por sessão ou pelo conjunto do tratamento?
– Depende da extensão da zona a tratar e do conjunto de tratamentos que a pessoa vai adquirir. O tratamento é desenhado à medida da pessoa. Tem que ser uma ideia maturada, a pessoa tem de ter consciência de que isto vai depender também do empenho dela.
– Existem riscos associados à utilização destes equipamentos?
– Eu diria que são minimamente invasivos, mas, como tudo o que trabalha com energia térmica, implicam riscos, sim. Podemos ter uma pele que fica mais vermelha, com algum eritema, pode haver um sobreaquecimento que cause desconforto. Depois temos efeitos sistémicos, como uma gordura em circulação no sangue, colesterol que tem de ser libertado. Temos que pedir à pessoa que beba muita água e que faça drenagens, que prefiro que sejam manuais e feitas por um colega que saiba adequá-las ao tratamento que fizemos, que saiba para que gânglios deve drenar. Mas claro que há riscos. Se a pessoa não cumprir estes propósitos que pedimos, pode não correr bem. Ou se a pessoa não tem uma boa alimentação, se não fizer exercício físico, há efeitos secundários que podem surgir, como o acumular novamente de gordura, se calhar ainda pior do que estava.
– A câmara hiperbárica também tem feito muito sucesso.
– De facto, entendemos o potencial da câmara hiperbárica não só a nível preventivo, mas também enquanto resolução de outras situações patológicas. Este equipamento traz-nos oxigénio em altas pressões e altas percentagens, potenciando a melhoria de todos os mecanismos celulares do nosso organismo. Habitualmente vivemos com 21% de oxigénio e, com uma câmara hiperbárica, a percentagem aumenta para 96%. Com este equipamento podemos desfazer tecidos adiposos ou recuperar de outros tratamentos, é também procurado para a recuperação de lesões ou para a melhoria da performance de desportistas. Há quem o faça somente por prevenção. O melhor nutriente das nossas células é o oxigénio, e nós aqui estamos a dá-lo em grandes quantidades. Aliás, é altamente recomendado para pessoas que precisam de estar com uma alta performance intelectual, porque estamos a dar oxigénio aos neurónios. Um tratamento de uma hora por semana será excelente para quem dorme pouco, tem horários intensos de trabalho e está constantemente a requerer ao cérebro um trabalho mental grande e desgastante.
– E qual o valor de cada tratamento com a câmara hiperbárica?
– Estamos a falar entre os €150 e os €200. Depende também do número de sessões que a pessoa compra, do protocolo que vamos fazer e do tempo de duração de cada sessão.
– Sendo um equipamento fechado, não poderá provocar uma sensação de claustrofobia?
– Não, a câmara tem janelas a quase 360ºC e tem uma televisão que permite à pessoa ver filmes ou ouvir música.