João Luís Barreto Guimarães, de 55 anos, alia a profissão de médico de cirurgia reconstrutiva no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho com a paixão pela poesia, que o levou a publicar o seu primeiro livro, Há Violinos na Tribo, aos 22 anos. Hoje conta com mais de uma dúzia de livros, entre os quais Movimento, editado em 2020, que chamou a atenção do júri do Prémio Pessoa, uma iniciativa conjunta do jornal Expresso e da Caixa Geral de Depósitos que tem como objetivo distinguir uma personalidade nacional que se destacou no panorama cultural ou científico. Um galardão que recebeu das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa numa cerimónia que decorreu no Grande Auditório Emílio Rui Vilar da Culturgest, em Lisboa. “Não se trata de um nome evidente, e para muitos foi uma surpresa, mas o conhecimento da sua poesia desfaz toda a surpresa”, referiu o Presidente da República. Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri, elogiando a obra do também professor de Introdução à Poesia para estudantes de Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto: “É poesia pura, que alia sensibilidade à inteligência.”
“Não se trata de um nome evidente, e para muitos foi uma surpresa, mas o conhecimento da sua poesia desfaz toda a surpresa.” (Marcelo Rebelo de Sousa)
O galardoado, que lançou no início do ano mais um livro de poemas, Aberto Todos os Dias, salientou no seu discurso de agradecimento que “é da ordem da improbabilidade o facto de me encontrar hoje aqui para aceitar este prémio”, porque “não foram muitas as vezes em que o mesmo foi atribuído a um escritor de poemas” que é também “funcionário de um hospital público”.
Fotos. Luís Coelho