Em 2016 que Catarina Vassalo viu a sua marca e as suas peças de acessórios – que incluem toucados de noiva, brincos, bandoletes ou clutches – esgotarem após terem sido partilhadas fotos por influenciadoras digitais nas redes sociais. Um momento de incentivo para o negócio, que desencadeou a criação de muitas coleções e fez crescer a sua inspiração e vontade de ir mais longe. Sete anos depois, decidiu arriscar e aventurar-se também na criação de algumas peças de roupa. Assim nasceu o desfile Utopia by Cata Vassalo, no qual apresentou 35 looks únicos, desenhados e criados por ela, desde roupa com joias incrustadas a acessórios como pulseiras, anéis, gargantilhas, brincos XXL e as suas famosas headpieces. “Nunca tinha feito nada assim e estou muito nervosa, mas o meu lema de vida é sempre “dream big, go big” [algo como sonha alto, faz em grande] e foi isso que decidimos fazer. Esta coleção é 100% personalizada, cada look foi pensado e feito dos pés à cabeça. Sempre personalizei a minha roupa em casa e achei que estava na hora de trazer isso cá para fora. Nunca pensei em vender roupa, mas achei que se alguém teria de vestir as modelos do meu desfile, porque não poderia ser eu a fazê-lo? Gosto de me reinventar e de me deixar levar pelo momento… Quem sabe se não poderei começar a criar também roupa”, deixou no ar a criadora antes do início do desfile, que teve lugar no Palácio Xabregas, em Lisboa, e que contou com dezenas de convidados a assistir.
“No início foi difícil, o projeto estava a crescer e eu tinha uma criança em casa para cuidar e logo a seguir voltei a ser mãe.”
A seu lado em todos os momentos, e sempre muito atentas a todos os seus passos, estavam as suas duas filhas, Mia e Eva Azevedo, de dez e sete anos, fruto do seu casamento com Francisco Azevedo, que já demonstram algum interesse pelo trabalho da mãe, em especial a mais velha. “Elas adoram estar comigo no ateliê e estão sempre muito interessadas no que faço, em especial a Mia, que até já começa a trabalhar com as missangas e a querer fazer alguns acessórios diferentes”, contou-nos, orgulhosa.
“As minhas filhas já questionam sobre qual será o negócio que cada uma terá quando crescer.”
Se agora o negócio corre “de vento em popa”, isso deve-se sobretudo à enorme dedicação de Catarina, que fundou a marca quando Mia tinha três anos. “No início foi difícil, o projeto estava a crescer, a ter um ótimo retorno e eu tinha uma criança em casa para cuidar e logo a seguir voltei a ser mãe. Felizmente, tenho ajuda em casa, pois o meu marido ausenta-se profissionalmente com muita regularidade, não o conseguiria de outra forma. Foram momentos muito desafiantes, mas que, olhando agora para trás, me fazem perceber que também serviram de educação para as minhas filhas, no sentido em que lhes transmiti pelo exemplo que com amor e dedicação tudo se consegue. Elas próprias já questionam qual será o negócio que cada uma terá quando crescer.”