Em Portugal para promover o documentário Amazónia: O Despertar da Florestania, Christiane Torloni não faltou ao cocktail de apresentação da coleção BomBom Outdoor, desenhada por Joana Vasconcelos para a Roche Bobois, na loja da marca francesa na Avenida da Liberdade, em Lisboa. “Não só já conhecia o trabalho da Joana como o acompanho. Quando estou em Portugal, se há alguma exposição dela, vou sempre ver”, diz a atriz brasileira, de 66 anos, que chegou ao evento na companhia de Nini Andrade Silva, Paula Brito e Giselle Lins.
Christiane Torloni, que se tem destacado como ativista política e ambientalista, esteve na Madeira e em Lisboa, onde apresentou o documentário que escreveu, produziu e correalizou em parceria com Miguel Przewodowski, amigo de longa data. “Desta vez não vim como atriz, mas como ativista. Ser atriz e ativista é indivisível. Nós somos muitos indivisíveis”, revela, frisando: “Na verdade, vim numa missão amazónica. Fizemos uma exibição do filme e um debate na Universidade Aberta (no Seminário Internacional de Estudos Globais) e estivemos no I Fórum Internacional Amigos da Amazónia, em Câmara de Lobos, na Madeira. É um trabalho pelo planeta.”
“A gente sabe quea Amazónia é, mais do que o pulmão do mundo, o grande refrigeradordo planeta.”
Amazónia: O Despertar da Florestania, lançado em 2019 e disponível em Portugal na plataforma de streaming da Globo, aborda a questão ambiental brasileira desde o início do século XX, retrata a luta pela preservação da floresta amazónica e defende a ideia de “florestania”, neologismo que une as palavras floresta e cidadania, contando com testemunhos e entrevistas a figuras das mais diversas áreas, da política às artes. É o caso de André Trigueiro, Fernando Henrique Cardoso, Juca de Oliveira, Lucélia Santos, Milton Nascimento, Miriam Leitão, Victor Fasano ou Caetano Veloso, entre muitos outros. “Eu sou a fibra ótica do filme, juntando todos os personagens, os cientistas, os indígenas [caso de Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia crenaque, presença constante no documentário], os técnicos… Estou no filme para as pessoas saberem que estou contando mais uma história, só que essa é bem real”, alerta Christiane Torloni, adiantando ainda: “O planeta está a aquecer. E a gente sabe que a Amazónia é, mais do que o pulmão do mundo, o grande refrigerador do planeta. Então, neste momento, é essencial que as pessoas se conscientizem e façam alguma coisa.”
“Vou aproveitar para ver os meus amigos, matar saudades deles, das ruas, das calçadas, das obras de arte.”
Antes de regressar ao Brasil, a atriz, que estava longe das novelas desde O Tempo Não Pára, de 2018, tendo feito recentemente uma participação especial, no papel dela própria, na novela Vai na Fé, elegeu também Lisboa para uns dias de descanso: “Vou aproveitar para ver os meus amigos, matar saudades deles, das ruas, das calçadas, das obras de arte. Quando aqui estou, é isso que faço: mato saudades. Uma palavra tão portuguesa!”