A cinco meses de completar 40 anos, Andreia Rodrigues é uma mulher de bem com a vida, que sabe o que quer em todos os planos, o que inclui o trabalho em televisão e a família que construiu ao lado de Daniel Oliveira, pai das suas filhas, Alice, de cinco anos, e Inês, de dois. Encontrámos a apresentadora no evento de lançamento da coleção da Giorgio Armani na Stivali, loja da qual é embaixadora e onde nos falou dos seus desafios diários como mulher, mãe e profissional.
– Valoriza intensamente o que vive, tanto momentos bons como maus?
Andreia Rodrigues – As coisas melhores da vida vão passando e vêm connosco e as menos boas são aprendizagens. Valorizo as boas o mais possível, porque acho que só as valorizamos quando temos as más. Tenho tentado mudar isso na minha vida, comigo e com as minhas filhas.
– Com os ritmos de vida que temos hoje, acha que é mais difícil vivermos o presente?
– Hoje em dia, de alguma forma, deixámo-nos levar por um ritmo que não é possível manter de forma sã durante muito tempo. Como seres humanos, temos grande capacidade de adaptação, mas há sempre um custo, por isso eu tenho sempre necessidade de parar. A vida tem uma urgência diferente, com tecnologias, redes sociais, por vezes estamos aqui fisicamente, mas não estamos de forma plena. Procuro acionar determinadas bandeirinhas de proteção em certos momentos e depois passa a ser natural. Ou seja, parar e tentar prestar atenção. Há dias que são corridos, como é óbvio, e não há problema nenhum, mas tento equilibrá-los com outros mais calmos.
“Sou terrível com as rotinas, muito exigente mesmo, e não me importo nada de abdicar dos meus prazeres.”
– É desta forma que pretende dar rumo à sua vida na próxima década?
– Não estou nada preocupada com a entrada nos 40 anos. Se calhar, mais para a frente sim, mas agora sinto-me bem, realizada como mulher, emocional e fisicamente. Aquilo que tenho vindo a construir é melhor do que alguma vez sonhei, porque tenho duas filhas extraordinárias, um marido que amo mais do que tudo, uma mãe maravilhosa e amigos que são família. Olhando para o que é a minha vida hoje, é mesmo melhor do que imaginava e sou muito grata por isso, pois tenho a humildade e a capacidade de valorizar o que tenho. Espero que os 40 anos sejam uma década para dar outros passos e descobrir-me ainda mais e melhor. Quase todos nós vivemos com medo de envelhecer, mas eu acho que é o melhor que nos pode acontecer.
– Ter mais filhos é uma porta fechada?
– Acho que sim… Não o digo de forma definitiva, mas de acordo com o que sinto, já chega [risos]. É uma decisão conjunta. A ideia de ter mais um é gira, mas quero estar disponível para as minhas filhas e quero que elas possam desfrutar da mãe como merecem. A vida profissional com horários intensos também não ajuda, e não quero ter filhos para ser a minha mãe a cuidar deles. Sou terrível com as rotinas, muito exigente mesmo, e não me importo nada de abdicar dos meus prazeres em prol disso. Sou mesmo chata! Na minha vida pessoal preciso de ter a certeza de que as coisas estão controladas e que o bem-estar de todos está garantido.