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Foto: João Lima
O realizador, produtor e crítico de cinema António-Pedro Vasconcelos morreu hoje, aos 84 anos, num hospital em Lisboa, na sequência de uma pneumonia. A notícia foi adiantada por João Soares através da sua página de Facebook e já foi confirmada pela família. Faria 85 anos no próximo domingo.
“Recebo com grande tristeza a notícia da morte de António-Pedro Vasconcelos. Admirava-o muito como cineasta, a obra que nos deixa é notável. Também como cidadão cujas opiniões respeitava, e muitas vezes seguia. Um homem de esquerda, desde quase sempre próximo do PS. Teve um papel muito importante na campanha presidencial do meu pai em 1986. Foi amigo e apoiante sem falhas de Mário Soares, sempre. A honrar a sua memória aqui fica aquele trecho da letra do inesquecível Rock da Liberdade que escreveu em 1986: ‘Para nós só há a Liberdade..’. À sua família os meus sentidos pêsames. Honra à memória de António-Pedro Vasconcelos”, escreveu João Soares.
A família do realizador emitiu, entretanto, um comunicado a confirmar a notícia e no qual escreve: “A família de António-Pedro Vasconcelos informa que o nosso A-PV partiu esta noite, a poucos dias de completar 85 anos de uma vida maravilhosa. Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que o nosso A-PV, que tanto lutou para que todos fôssemos mais justos, mais corretos, mais conscientes, sempre tão sérios e dignos como ele, será sempre um Imortal”.
O realizador, autor de filmes como O Lugar do Morto (1984), Jaime (1999), Os Imortais (2003), A Bela e o Paparazzo (2010) ou Os Gatos Não Têm Vertigens (2014), deixa dois filhos, Patrícia Vasconcelos, diretora de casting, e o colecionador e galerista Pedro Jaime Vasconcelos. Teve ainda mais um filho, Diogo Schmidt de Vasconcelos, que morreu em julho de 2023.
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Foto: Joaquim Norte de Sousa
Nascido em Leiria em 10 de março de 1939, António-Pedro Vasconcelos foi um dos mais destacados nomes do Cinema Novo Português. Além de realizador e produtor de cinema, foi também crítico de literatura e cinema, cronista e comentador televisivo, assim como fundador do Centro Português de Cinema. A intervenção cívica foi outra área em que se destacou, nomeadamente através da Associação Peço a Palavra, que se bateu publicamente contra a privatização da TAP.
O seu último filme, KM 224, estreou em 2022, e tinha em mãos uma adaptação de Lavagante, de José Cardoso Pires, e um documentário sobre o 25 de Abril.