Joana Vasconcelos: “Quando trabalho, o ritmo é intenso, sou imparável”

Quem entra na nova boutique Dior, na Avenida da Liberdade, no coração de Lisboa, não fica indiferente à escultura que Joana Vasconcelos projetou para o espaço: uma Valquíria de 20 metros que se ergue por entre os degraus da escada em caracol, atravessando os três pisos do edifício. “É uma obra que tem muito a ver com as tonalidades de Lisboa e com o por do sol e que vai variando de tons consoante as tonalidades da coleção, mais rosa no andar das senhoras e mais azul no dos senhores”, contou à CARAS na inauguração da loja da maison francesa.

Esta escultura demorou cerca de quatro meses a ser criada e contou com ajuda de toda a equipa da artista plástica portuguesa. “Exigiu muito trabalho manual de todos nós, que somos 60. E depois, só para a colocar aqui e finalizar tudo, foram necessários quatro dias”, explicou. Este foi um dos muitos desafios que Joana Vasconcelos teve em mãos nos últimos tempos. Após a inauguração da boutique, que conta ainda com um painel de azulejos assinado pela artista, Joana apresentou algumas das suas obras na ARCOlisboa 2024, a maior feira de arte contemporânea nacional. E está, neste momento, a preparar-se para embarcar para a cidade que nunca dorme. “Quando trabalho, o ritmo é intenso, sou imparável, mas é assim que me organizo e como gosto que seja. Vou agora para Nova Iorque para preparar uma exposição. Em setembro tenho uma exposição em Palma de Maiorca e volto a Nova Iorque. Em outubro vou para Malta e, em novembro, para Berlim, sempre em trabalho, claro”, contou. Entre estes projetos, a artista plástica faz questão de gozar um merecido período de férias. “Em agosto paro, desligo completamente”, revelou. O destino para descansar e carregar baterias é o mesmo há vários anos. “Passo sempre um mês de férias na ilha da Armona, no Algarve, que adoro. Tem de ser, senão, não consigo aguentar o ritmo até ao final do ano”, explica.