Madonna está de luto. A cantora chora a morte do irmão, Christopher Ciccone, aos 63 anos, vítima de cancro, no dia 4 de outubro, em Michigan. Nas suas redes sociais a Rianha da Pop partilhou várias fotos com o irmão, com quem teve ao longo da vida uma relação muito forte e especial, mesmo que se tenham afastado a dado momento das vidas de ambos. Euma longa mensagem, Madonna, três anos mais velha, confessou-lhe o seu amor.Madonna chora a morte do irmão mais novo
Leia o seu testemunho na íntegra:
“O meu irmão Christopher foi-se embora.
Ele foi o ser humano mais próximo de mim durante tanto tempo. É difícil explicar a nossa ligação, mas nasceu da compreensão de que éramos diferentes e de que a sociedade nos ia fazer passar um mau bocado por não seguirmos o status quo.
Pegámos nas mãos um do outro e dançámos através da loucura da nossa infância. De facto, a dança era uma espécie de supercola que nos mantinha unidos. A descoberta da dança na nossa pequena cidade do Midwest salvou-me e depois apareceu o meu irmão, e também o salvou.
O meu professor de ballet, também chamado Christopher, criou um espaço seguro para o meu irmão ser gay. Uma palavra que não era falada nem sequer sussurrada no sítio onde vivíamos.
Quando finalmente tive coragem de ir para Nova Iorque para me tornar bailarina, o meu irmão seguiu-me. E, uma vez mais, segurámos nas mãos um do outro e dançámos na loucura de Nova Iorque!
Devorámos a Arte, a Música e o Cinema como animais esfomeados. Estávamos no epicentro da explosão de todas estas coisas. Dançámos durante a loucura da epidemia da SIDA.
Fomos a funerais e chorámos, e fomos dançar. Dançámos juntos em palco no início da minha carreira e, mais tarde, ele tornou-se o diretor criativo de muitas digressões. Quando se tratava de bom gosto, o meu irmão era o Papa e era preciso beijar o anel para obter a sua bênção. Desafiámos a Igreja Católica Romana. A polícia, a Maioria Moral e todas as figuras de autoridade que se metessem no caminho da liberdade artística!
O meu irmão estava mesmo ao meu lado. Ele era um pintor, um poeta e um visionário.
Eu admirava-o. Tinha um gosto impecável. E uma língua afiada, que por vezes usava contra mim, mas eu perdoava-lhe sempre. Subimos juntos às maiores alturas etropeçámos nos pontos mais baixos.
De alguma forma, encontrávamo-nos sempre um ao outro, dávamos as mãos e continuávamos a dançar.
Os últimos anos não têm sido fáceis
Não nos falámos durante algum tempo, mas quando o meu irmão ficou doente encontrámos o caminho de volta um para o outro. Fiz o meu melhor para o manter vivo o máximo de tempo possível.
Ele estava a sofrer muito no final. Mais uma vez, demos as mãos, fechámos os olhos e dançámos juntos.
Estou contente por ele já não estar a sofrer. Nunca haverá ninguém como ele.
Eu sei que ele está a dançar algures”
Recorde-se que em fevereiro do ano passado, Madonna perdeu o irmão mais velho, Anthony Ciccone, aos 66 anos.