De regresso a Lisboa após dois meses na Islândia, onde gravou o thriller psicológico Cold Haven, Maria João Bastos partilha as expectativas para este novo projeto, fala com entusiasmo do sucesso de Rabo de Peixe, que terá uma segunda e terceira temporadas a estrear em breve, e das suas tradições natalícias. Entre a árvore de Natal prestes a ser montada e presentes já quase todos orientados, a atriz, de 49 anos, reflete ainda sobre a importância da família, os desafios da sua carreira e o hábito de criar uma lista anual de metas – que este ano, garante, já está quase toda cumprida. A CARAS conversou com a atriz no evento de apresentação da campanha Portuguese Winter Story, da Falconeri, marca da qual é embaixadora.
– Acabou de chegar da Islândia. Já terminaram as gravações da série Cold Haven?
Maria João Bastos – Sim. Foi uma experiência incrível, a série é muito gira e acho que o público português vai amar, porque tem uma linguagem e abordagem muito diferentes. Além disso, é um thriller, portanto cheio de mistério, as personagens estão muito bem construídas, os atores são incríveis e assim sendo, acho que vai agarrar o público do primeiro ao último episódio.
– Há algum outro projeto que esteja já a preparar?
– Vou fazer um filme português, mas do qual ainda não posso passar nenhuma informação. Depois, teremos a estreia das novas temporadas de Rabo de Peixe, e acho que o público vai ser surpreendido com a minha personagem, a inspetora Paula.
– A série tem tido uma grande projeção internacional.
– Sim, o que é muito bom para nós, para o nosso mercado, para a nossa indústria, para trabalhos futuros, para outros atores e outros projetos, para poderem viajar também por aí.
– Por falar em viagens, já alguma vez passou o Natal fora de Portugal?
– Passei e jurei para nunca mais [risos]. Estava a gravar a novela O Clone, em 2001, e passei esse Natal no Brasil. E percebi que não faz sentido passar este dia longe da minha família. É uma data que sempre foi muito importante para a nossa família e, com todas as mudanças que vão havendo, porque, enfim, vão-se perdendo pessoas pelo caminho, continuamos a celebrá-la, mantemos essa tradição. E ter estado longe disso naquele ano foi, para mim, muito difícil, e jurei que nunca mais o faria. A menos que não consiga mesmo, vou estar sempre ao lado da minha família. Tanto que uma vez estava a filmar a novela Boogie Oogie, gravei até dia 23 e voltava às gravações dia 26 ou 27. Apanhei o avião da noite, cheguei dia 24, passei a noite de Natal com a minha família e, no dia 25 de manhã, apanhei o avião de regresso ao Brasil e dia 26 estava a filmar. Foi uma loucura, mas foi uma loucura que valeu a pena. Esteja onde estiver, a menos que me seja totalmente impossível, vou estar sempre com a minha família nesse dia. Foi difícil ficar longe deles no Brasil. Foi também estranho passar o Natal no calor e ver o Pai Natal a passear no meio da rua quando estavam 40°C. Enfim, Natal é frio, é o conforto da família, e, portanto para mim faz sempre sentido estar aqui.
– E planos para este Natal?
– Acabei de chegar da Islândia e ainda nem pensei bem nisso… Primeiro tenho de fazer a árvore de Natal, que há-de ser esta semana. Já tenho os presentes todos comprados, curiosamente.
– Oferece muitos presentes?
– Entre amigos, família, sobrinhos, afilhados, é muita gente, sim. Mas comprei muita coisa na Islândia, portanto, já vim com metade dos presentes despachados, a outra já tinha comprado. Na verdade, acho que só me falta um presente, o que é ótimo para esta altura do campeonato. Só falta comprar o papel de embrulho e embrulhar.
– Há alguma tradição especial na vossa família que façam questão de cumprir todos os anos?
– Começamos sempre a dar os presentes do mais novo para o mais velho. A família senta-se toda, há um que ganha o palco e que vai dar os seus presentes e toda a gente presta atenção. Depois há as comidas tradicionais desta época, os doces, é um Natal bem tradicional, normal.
– Existe algum prato que lhe caiba a si confecionar?
– Não, não faria isso à minha família [risos]. A minha irmã mais velha e a minha mãe tomam conta de tudo, e bem. Ajudo na parte que me toca, que é decorar e arranjar o espaço.
– A decoração fica, então, a seu cargo?
– Sim, com a ajuda da minha outra irmã. A música também fica ao meu cargo.
– Há alguma música, algum tema que a remeta de imediato para o Natal?
– Aquela do Michael Bublé, It ‘s Beginning to Look a Lot Like Christmas. Gosto sempre de pôr música de Natal, de montar o meu karaoke portátil e, depois de abrirmos os presentes, vamos todos cantar um bocado, tiramos uma fotografia da família toda, e outra da mãe com as três filhas. São pequenas tradições que tentamos cumprir todos os anos.
– O Natal para si é mais uma época de reflexão ou de celebração?
– De celebração. Refletir, reflito depois. Aliás, reflito o ano inteiro. Faço muitas reflexões. Analiso as coisas, gosto de parar, faço a minha yoga e esse momento também é de reflexão. Penso, agradeço, questiono, portanto sou uma pessoa que faço reflexão o ano todo. Alguma reflexão diria que é no final do ano, mas faço uma listinha.
– De coisas que quer concretizar?
– Sim, de coisas que quero concretizar no ano seguinte. Este ano já concretizei tudo aquilo a que me propus. Pronto, falta aprender a cozinhar, ou melhor, passar mais tempo em casa a praticar, a cozinhar mais para mim, que é uma coisa que ambiciono muito, porque acho que é mais saudável, é terapêutico, mas depois não consigo ter muito tempo para o fazer. A minha vida é uma azáfama, como muitas vezes fora de casa, e adorava conseguir tirar um curso de cozinha saudável. Mas cada coisa a seu tempo.
– Há alguma mensagem que gostasse de passar nesta época?
– Respirem todos os dias, reflitam todos os dias e agradeçam todos os dias. É mesmo um privilégio acordar todos os dias de manhã e termos mais um dia para aproveitar a vida. Então, vamos tentar desvalorizar as coisas menos boas e valorizar mais as boas que vão acontecendo ao longo do dia. Nem sempre é fácil fazê-lo, mas o pensamento é muito forte, tira a força das coisas menos boas e dá força às melhores.
Agradecemos a colaboração de Falconeri