Quem me conhece sabe que prefiro aldeias, tribos, selva e montanhas a grandes cidades. A chegada a Maputo foi, por isso, uma inevitabilidade no meu percurso africano. É uma cidade simpática, mas o que eu procurava naquela região era, na verdade, conhecer lugares de rara beleza natural, ambientes rurais e gentes hospitaleiras. Felizmente, Moçambique é muito mais que a sua capital e eu haveria, uma vez mais, de cumprir aquele objectivo.
É certo que há coisas verdadeiramente interessantes para conhecer em Maputo, como o jazz ao vivo do Gil Vicente Café Bar ou a música das tardes de domingo no Núcleo de Arte. Mesmo a arquitectura, não sendo Maputo um exemplo de planeamento urbanístico, tem motivos de interesse para o viajante. Nesse aspecto, é preciso colocar no topo das prioridades a estação de caminho-de-ferro, construída pelo atelier de Gustav Eiffel, é um dos edifícios mais bem conseguidos da capital moçambicana, com a sua fachada imponente e as estruturas em ferro forjado habituais nas obras de Eiffel.
São também de visita obrigatória a Casa de Ferro, igualmente desenhada por Eiffel e localizada junto ao Jardim de Tenduro, ele próprio um local aprazível para repousar e proteger o corpo das temperaturas elevadas durante as horas mais quentes do dia, para além da excêntrica Sé Catedral da cidade, do mercado Central, simples mas genuíno e, naturalmente, do Mercado de Artesanato que tem lugar na Praça 25 de Junho todos os sábados.
Depois de conhecer a malha urbana de Maputo, atravessei de ferry a homónima baía de Maputo. Do outro lado, tendo os prédios como pano de fundo, estava já, apesar de tão perto da cidade, num mundo totalmente diferente. A aldeia de pescadores de Catembe, com as suas casas simples de madeira, as praias a clamar por limpeza, é um lugar acolhedor sem ser bonito. Mas vale a pena a travessia, nem que seja apenas para falar com as gentes locais e, quem sabe até, comprar peixe ou marisco bem fresquinho.
Com vontade de mergulhar num Moçambique mais rural e profundo, deixei então a capital por algum tempo. E em boa hora o fiz, pois acabei por descobrir o complemento ideal para os dias até então quase totalmente citadinos, de seu nome Zongoene – uma praia isolada, belíssima, frequentada por pescadores artesanais e apenas um ou outro visitante que pernoitam numa obra-prima do ecoturismo moçambicano, o Zongoene Lodge.
Localizado junto à foz do rio Limpopo, a pouco mais de 225 quilómetros de Maputo, o Zongoene Lodge é um retiro ideal para uma escapada de fim-de-semana a partir da capital moçambicana. Os
bungalows, perfeitamente integrados no ambiente envolvente de dunas e palmeiras, oferecem calma e tranquilidade numa atmosfera luxuosa, familiar e descontraída. São decorados com elegância e bom gosto, beneficiando de influências da cultura moçambicana e do conforto e requinte portugueses, junto a uma praia idílica de areia fina e água tépida que complementa o local de forma quase perfeita. Na praia, entre banhos e brincadeiras com os membros mais novos da família, pode observar-se a actividade de pescadores que aproveitam os baixios formados após a preia-mar que deixam milhares de pequenos peixes aprisionados em lagoas temporárias. Ou, simplesmente, relaxar, passear e deixar-se perder pelo imenso areal de Zongoene.
Para os mais activos, o Zongoene Logde dispõe de um sem número de actividades capazes de agradar aos seus exigentes hóspedes. Entre essas propostas contam-se cruzeiros no rio Limpopo para assistir a um irrepreensível pôr-do-sol, passeios de canoa, pesca desportiva, observação de pássaros, passeios em
quad bikes, percursos pedestres nas dunas e florestas envolventes, uma visita ao farol Monte Belo – que fica nas imediações e oferece uma das melhores vistas sobre o estuário do Limpopo – ou um safari até à lagoa de Bilene, em veículo 4×4, com paragem em pequenas aldeias povoadas por gente hospitaleira. Motivos de sobra para uma visita a Zongoene.
Regressei a Maputo retemperado, com uma impressão renovada, muito positiva, de Moçambique e do seu povo, e com uma certeza: Quem quer que visite Moçambique, não se pode quedar apenas na capital, porque o "verdadeiro" país começa assim que os prédios da capital deixam de se avistar no horizonte.
A Não esquecer
Como ir : Com A Tap (www.tap.pt.) Vôos directo de Lisboa e Porto para Maputo. De Maputo ate Zongoene, alugue um jeep e terá uma viagem fantástica!
A não Perder: Uma visita ao centro cidade de Maputo vale a pena ,por ex a antiga estação de comboios e lindíssima como Também o mercado local mas o mais bonito esta fora da cidade na estrada entre Maputo e Zongoene (150 km)
Idioma :Português
Moeda :Mentical cambio em
WWW.xe.com
Informações Úteis: Para visitar Moçambique e necessário visto, para obter o visto poderá fazê-lo a chegada ao aeroporto ou se preferir na embaixada de Moçambique em Lisboa antes de viajar.
Clima: Agradável entre 25 a 35 graus, à noite as temperaturas são de 10 a 15 graus,humidade entre os 75 e 80 % .
Não esqueça o creme hidratante!