Se há coisas difíceis na vida de um jornalista que gosta de automóveis é ser convidado para conduzir um BMW Z4. Entrar a bordo do novo "roadster" de dois lugares da BM é como reencontrar o primeiro amor. Aproximo-me sem receio, no bolso levo o habitual Ipod carregado de música com guitarristas virtuosos. Os bancos de pele envolvem-me, carrego no botão "Start" e o cantar rouco do motor com 306 CV de potência e 3.0 de cilindrada dão-nos as boas vindas. Uaauuuuuu! Isto promete.
O design não deixa dúvidas de que estamos na presença de um puro-sangue que gosta mais de andar depressa do que devagar. A frente longa e estilizada, a traseira curta, esteticamente ainda mais bonita do que a da geração anterior e, para a sobremesa…umas vistosas jantes de 19 polegadas calçadas com uns Bridgestone Potenza.
Confortavelmente sentados podemos escolher a suspensão no modo – Normal – ou em alternativa seleccionar – Sport ou Sport +. Decido fazer os primeiros quilómetros de capota fechada no modo normal. O tempo está bom e aproveito a hora de almoço para ir até ao Guincho dar um passeio. Rezo para não encontrar turistas espanhóis a conduzir apenas com uma mão no volante e a outra a apontar para o mar. Encosto para abrir a capota, tudo se processa com rapidez. O BMW Z4 que conduzo está equipado com uma eficaz caixa automática sequencial de sete velocidades com patilhas no volante.
Pé no acelerador, primeira e meio gás, segunda a fundo, o controlo de tracção acende a luz laranja no conta-quilómetros, tudo controlado, terceira, quarta, e recebo a primeira injecção de adrenalina. Colado ao banco de cabelo ao vento, o som do motor dispensa qualquer banda sonora.
Ultrapasso dois ou três carros com turistas espanhóis a alta velocidade, um autêntico TGV.
Primeiras curvas a subir para o Cabo da Roca, a tracção traseira do roadster ajuda-me a desenhar as trajectórias a compasso. Uma maravilha! Decido estacionar na Praia Grande para beber um refresco com vista para o mar. Na mesa ao lado um grupo de estudantes lança piropos ao carro, metem conversa comigo, explico-lhes que não jogo futebol em nenhum clube inglês, que não toco numa banda de Rock, que sou um simples sortudo a quem coube a difícil missão de ensaiar um dos desportivos mais bonitos da actualidade.
No regresso a Lisboa, decido fazer alguns quilómetros de auto-estrada. O BMW Z4 rapidamente atinge os 200 km/h. A suspensão no modo Sport + não é excessivamente seca e contribui para um conforto pouco habitual neste tipo de automóveis. Por vezes o comportamento desportivo é optimizado e o conforto dos passageiros penalizado.
A responsabilidade de conduzir um automóvel que vale 69.000 euros é grande. No caso da versão em causa tinha mais 18.600 euros de opcionais. Tudo o que possam imaginar: bancos desportivos em pele, controlo automático de estacionamento à frente e atrás, controlo de iluminação em curva, sistema de navegação profissional, sistema de som com leitor de DVD para seis CD’s, deflector de vento, enfim, tudo a que temos direito. Ou seja, o BMW Z4 que tinha nas mãos custava 90.000 euros.
No caso da gama disponível no mercado português existem versões mais acessíveis. O acesso faz-se através do motor 2.3i de 204 CV, que sem opcionais custa 46.100 euros, podemos optar ainda pela versão com o bloco 3.0i de 258 CV, a partir de 62.600 euros, e, depois, o "meu" 3.5i de 306 CV de potência.