O Renault Mégane é um dos automóveis preferidos dos portugueses.
Muitos leitores da CARAS lembram-se certamente da "polémica" gerada em torno do lançamento da anterior geração da berlina Mégane. Muito se discutiu em torno da famosa traseira do carro vendido entre 2002 e 2008.
E se na altura o design dos modelos Avantime e Velsatis conquistaram apenas alguns arquitectos e designers em Portugal, que compraram "meia dúzia de unidades", a verdade é que o Mégane acabou por vender milhares em todo o mundo. Um carro de sucesso da Europa ao Brasil.
O Mégane da segunda geração não foi consensual em termos de design. No entanto, cativou e inovou ao ser o primeiro carro a estrear a famosa chave/cartão, o sistema de ignição Start/Stop, além do "alinhamento" automático de faróis.
Os designers franceses desenham carros com relativa facilidade.
A Renault e o Grupo PSA – Peugeot/Citroën arriscam constantemente no lançamento de automóveis de design arrebatador. Uns são aceites, vendem milhares, outros nem por isso. No caso do novo Renault Mégane primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Durante anos a Mégane Break liderou a tabelas de vendas e contribuiu fortemente para ajudar a Renault a ser a marca líder no nosso país. A terceira geração Mégane tem um design mais conservador. A dianteira segue os traços estilísticos estreados no novo Laguna. De qualquer forma, é notória a evolução em diversas áreas.
O segmento onde está inserido o Renault Mégane é um dos mais competitivos. Entre os seus rivais directos destacamos o Citroën C4, Ford Focus, Fiat Bravo, Honda Civic, Kia Cee’d, Peugeot 308, Seat Leon, Mazda 3, Opel Astra, Toyota Auris e VW Golf.
O Renault Mégane está disponível na configuração Coupé, Berlina e Break. Ao contrário do que aconteceu na geração anterior, a berlina é mais consensual e o equilíbrio de forças nas vendas entre o carro e a carrinha é agora mais equilibrado. Já não são vendidas apenas carrinhas.
Por esta razão, procuramos ensaiar primeiro a berlina. A escolha recaiu na versão equipada com o motor 1.5 dCi 110 CV, com filtro de partículas (FAP), na versão Luxe.
O comportamento dinâmico em estrada revelou-se eficaz e ágil. Na cidade o pequeno motor 1.5 dCi é suficiente e, mesmo nas viagens mais longas, a caixa de seis velocidades mostrou-se fácil de utilizar permitindo uma condução descontraída. Até atingir a velocidade ideal de funcionamento achei o motor algo ruidoso, nada de grave.
Consegui médias de 6,7 litros para percorrer 100 km, em circuito misto. O binário máximo de 240 Nm é conseguido às 1.750 rotações.
Gostei da agilidade demonstrada e do conforto proporcionado pela suspensão. Apreciei igualmente do comportamento evidenciado em curva. Para tal contribui a nova direcção de assistência eléctrica, mais directa e precisa. A ajudar uma distância entre-eixos de 2.641 (mm) e as jantes de 16 polegadas.
No caso da versão mais equipada, a marca francesa propõe de série ABS com EDB, controlo de tracção e de estabilidade.
Os materiais que encontramos no interior do habitáculo estão entre os melhores do segmento. É notório que houve uma preocupação em melhorar o nível global de qualidade em relação ao seu antecessor. O tablier e a consola central têm linhas modernas, a instrumentação é maioritariamente digital, com excepção do conta-rotações. Nesta versão existe um pequeno simbolo de aconselhamento para o condutor engrenar ou reduzir uma velocidade e optimizar os consumos.
Esta versão Luxe oferece o sistema de gestão "interface" de comando redondo para gerir funções como o sistema de navegação (de série neste versão), o rádio, etc.
Existem diversos espaços para arrumação de pequenos objectos. Bem equipado, o espaço nos lugares traseiros acaba por ser penalizado para quem viaja no meio. O túnel central no piso dificulta a colocação das pernas tornado incomodas as viagens mais longas. A capacidade do porta-bagagem é de 405 litros.
Os preços da berlina Renault Mégane variam entre os 22.000 euros da versão 1.4 a gasolina TCe Dynamique, e os 26.450 euros do 1.5 dCi 110cv FAP ECO2 Luxe. Caso opte pelo motor 2.0 dCi o preço sobe para os 33.506 euros.