Recorda-se da carrinha Accord da geração anterior? As opiniões sobre a sua estética não eram muito favoráveis. Invariavelmente, o desenho da traseira era referido como pouco feliz. Com o novo modelo tudo mudou! A Honda Accord é actualmente uma das propostas mais consensuais e interessantes do segmento D.
Nos comparativos da imprensa especializada a liga japonesa alinha sempre com a Honda Accord Tourer, a carrinha Mazda 6 SW e a Toyota Avensis. Geralmente, vão a jogo contra modelos como a VW Passat, Alfa Romeo 159, Citroën C5, Ford Mondeo ou a Opel Insígnia. Isto para referir apenas algumas das carrinhas mais recentes e que costumam ocupar os lugares cimeiros nas preferências dos portugueses.
Claro que quando falamos de vendas as carrinhas "Premium" como a Audi A4 Avant, BWM Série 3 Touring, Mercedes Classe C Station continuam a marcar o ritmo.
No caso da versão ensaiada, a Honda preferiu abdicar da oferta de elementos como o sistema de navegação ou os estofos em pele para apostar na segurança e oferecer um equipamento de série acima da média.
A Accord Tourer está disponível com cinco níveis de equipamento: Elegance, Executive, Executive Advance, Executive Navi e Executive Top.
A versão Executive Advance que conduzimos acaba por ser uma das mais equilibradas para quem privilegia a segurança. Senão repare, a Tourer que pode ver nas imagens possui airbags para o passageiro, condutor, de cortina e laterais, o controlo de estabilidade que o construtor japonês apelidou de VSA, encostos de cabeça dianteiros activos, direcção assistida electricamente, sistema de travões com ABS e EDB, "Cruise Control" e dois sistemas que não costumamos encontrar de série neste segmento. Refiro-me ao Sistema de Travagem Atenuante de Colisões (CMBS) e o Sistema de Auxilio da manutenção da faixa de rodagem (LKAS). É verdade que existem outras marcas oferecem este tipo tecnologias de segurança, por exemplo, o Grupo PSA e a Volvo, mas na maioria das vezes surge como um equipamento opcional.
O Honda Accord Tourer oferece um estilo desportivo e capacidades dinâmicas muito interessantes. O centro de gravidade mais baixo, a via mais larga e a nova suspensão dianteira de duplos braços sobrepostos e traseira multi-link com amortecedores de relação variável, juntamente com a maior rigidez da carroçaria, fazem o Accord reagir mais facilmente aos comandos do condutor.A caixa manual de seis velocidades é uma maravilha. Muito precisa, bem escalonada, fácil de utilizar. A caixa é aliás uma das virtudes dos carros japoneses. Sempre que conduzo um automóvel Honda, Toyota ou Mazda confirmo esta situação.
Ao volante a Accord Tourer é bem insonorizada, bem equipada, e, no caso desta versão Executive Advance possui tecto de abrir, aquecimento dos bancos, alarme e ligação ao telefone por Bluetooth. O travão de mão não é eléctrico. A direcção assistida eléctrica sensível à velocidade é equipamento de origem em todas as versões.
Apesar da existência da seta indicativa na instrumentação para nos sensibilizar para reduzir ou aumentar uma velocidade, nunca consegui baixar os consumos dos 7,7 litros para percorrer 100 quilómetros. Não é excessivo se pensarmos que é um motor 2.2 diesel, com 150 CV de potência, com um generoso binário de 350 Nm obtido a partir das 2.000 rotações. O novo motor 2.2 i-DTEC revelou-se silencioso. A potência aumentou 10 CV em relação ao bloco anterior e a maior flexibilidade do motor reflecte-se nos 9,6 segundos de aceleração dos 0 aos 100 km/h.
Segurança cinco estrelas
Complementando o conjunto de sistemas de segurança passiva, temos uma série de sistemas dinâmicos que contribuem para uma maior segurança. O sistema VSA (assistência à estabilidade do veículo) é de série em toda a gama e foi desenhado para auxiliar o condutor a manter o controlo ao curvar, acelerar e em manobras repentinas, aplicando travagem às rodas esquerdas ou direitas e modulando o binário do motor, conforme necessário.
O novo Accord também apresenta um sistema inovador, fazendo valer as capacidades do sistema VSA e da direcção assistida eléctrico do Veículo. Denominado "Sistema EPS Adaptável ao Movimento", detecta a instabilidade em condições de piso escorregadio ao curvar e sob travagem, iniciando automaticamente acções sobre a direcção com o objectivo de induzir o condutor a virar o volante na direcção correcta.
O Sistema de Travagem Atenuante de Colisões (CMBS – Collision Mitigation Brake System) monitoriza a distância de seguimento e a relação de aproximação entre o Accord e o automóvel à frente, alertando o condutor no caso de ser provável ocorrer uma colisão e ajudando a reduzir o impacto se a colisão for inevitável.
A bordo do Honda Accord Tourer sentimos que os materiais são de boa qualidade e a montagem cuidada.
O volante desportivo de três raios aloja um conjunto de comandos – incluindo os comandos áudio, do controlo da velocidade de cruzeiro e do telemóvel.
Os são instrumentos retro-iluminados e, no centro do velocímetro, existe um ecrã LCD multi-informações que mostra uma variedade de informação -os comandos posicionados no volante permitem que o condutor percorra os diversos ecrãs de informação do mostrador. No entanto, na minha opinião, a forma de "navegar nos menus" não é muito intuitiva.
A capacidade para bagagem da Tourer é de 406 litros com todos os bancos em posição. A porta da bagageira possui abertura eléctrica, cujo accionamento é feito através de um botão na chave ou por intermédio de um interruptor localizado no bordo inferior da porta da bagageira.
A carrinha Honda Accord está disponível a partir de 33.396 euros (com o motor 2.0 i a gasolina de 156 CV). A versão que conduzimos 2.2 i-DTEC Executive Advance custa 38.585 euros.