Num Portugal atordoado pelo fim da I República, Florbela (Dalila Carmo)
separa-se de forma violenta de António (José Neves). Apaixonada por Mário Lage
(Albano Jerónimo), refugia-se num novo casamento para encontrar estabilidade e
escrever, mas a vida de esposa na província não é conciliável com sua alma
inquieta. Não consegue escrever nem amar. Ao receber uma carta do irmão Apeles
(Ivo Canelas), oficial da Aviação Naval e de licença em Lisboa, Florbela corre
em busca de inspiração perto da elite literária que fervilha na capital.
Na cumplicidade do irmão aviador, Florbela procura um sopro em cada esquina:
amantes, revoltas populares, festas de foxtrot e o Tejo que em breve verá o
irmão partir num hidroavião. O marido tenta resgatá-la para a normalidade, mas
como dar norte a quem tem sede de infinito? Entre a realidade e o sonho, os
poemas surgem quando o tempo pára. Nesse imaginário febril de Florbela, neva
dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, panteras ganham vida e apenas os seus
poemas a mantém sã. Por isso, Florbela tem que escrever!
Este filme é o retrato íntimo de Florbela Espanca: não de toda a sua vida
cheia de sofrimento, mas de um momento no tempo, em busca de inspiração, uma
mulher que viveu de forma intensa e não conseguiu amar docemente.
‘Florbela’: veja o trailer
Um filme de Vicente Alves do Ó, com Dalila Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo.
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