No passado mês de dezembro viajei até à Côte d’Azur para
experimentar o novo Ford Kuga. Já tinha tido um primeiro contacto
com este modelo há cerca de um ano, durante a Semana do Design de
Milão, numa apresentação que teve como foco principal o
design e a tecnologia, por isso, não tinha tido ainda
oportunidade de o conduzir.
Desta vez o programa era bem diferente e contemplava muitos
quilómetros pelas belas estradas da Riviera francesa. Logo à
chegada ao aeroporto de Nice, tinha à minha espera um Kuga 2.0 TDCi
de 163 cv, com caixa manual de seis velocidades, e repleto de
equipamento. Ainda antes de me instalar ao volante e deixar que o
sistema de navegação me ‘guiasse’ até Cannes, onde ficaria
instalado nessa noite, pude experimentar uma das inovações deste
modelo: o sistema de abertura ‘mãos livres’ da bagageira. Com um
simples movimento do pé sob o para-choques traseiro acionei a
abertura da porta elétrica, colocando a minha bagagem num
compartimento que conta agora com 456 litros de capacidade, mais 46
litros em relação ao modelo anterior. Caso este espaço não fosse
suficiente, bastaria um único movimento para rebater na totalidade
os assentos traseiros.
Já instalado ao volante do novo Kuga, sigo em direção a
Cannes, num trajeto que incluía alguns quilómetros de autoestrada.
O tempo chuvoso não foi problema, não estivesse este modelo
equipado com o novo sistema inteligente de tração total (AWD), que
reconhece de forma rápida as condições da estrada e se reajusta
para readaptar a transmissão de energia às rodas, oferecendo assim
uma excelente combinação entre tração e facilidade de condução.
Com o piso escorregadio, tive também oportunidade de
experimentar o sistema de Controlo em Curva da Ford, muito útil,
por exemplo, quando entramos numa curva com muita velocidade. Se ao
entrarmos numa curva não reduzirmos suficientemente a velocidade,
este sistema entra em ação e desacelera de modo seguro o veículo em
cerca de 16 Km/h por segundo.
As condições climatéricas faziam prever uma visibilidade mais
reduzida, algo que não notei graças à excelente iluminação do
veículo. Saliento que o novo Kuga está equipado com faróis Bi-Xenon
e luzes diurnas de LED.
Quanto ao sistema de navegação, apresenta comandos bastante
intuitivos e funcionou na perfeição, guiando-me até ao meu destino
sem qualquer precalço. Desde logo percebi que o novo Kuga é muito
divertido de conduzir, bastante confortável e com um habitáculo bem
silencioso, segundo a marca, é mesmo um dos mais silenciosos do seu
segmento.
Depois de uma noite chuvosa, o dia amanheceu solarengo e
pareciam estar reunidas as condições para um dia agradável ao
volante do novo Kuga. Antes de seguir viagem, tempo para apreciar a
estética do veículo. Não tenho dúvidas de que está visualmente mais
atrativo do que a versão anterior e parece mais espaçoso. Na
realidade, é 81 mm mais comprido do que o modelo anterior, mas
perdeu 4 mm em largura e 8 mm em altura. No entanto, ganhou em
aerodinâmica e em habitabilidade, com dois lugares dianteiros
bastante cómodos e lugares traseiros que não comprometem. Segundo
os
designers da Ford, o novo Kuga foi projetado para ser um
veículo à escala global, capaz de satisfazer as necessidades dos
seus clientes em qualquer ponto do planeta. Por exemplo,
conciliaram a popularidade dos veículos de maiores dimensões nos
Estados Unidos com a preferência europeia por carros mais
compactos. Assim como adequaram o gosto pelas cores claras nos
países asiáticos com a tendência dos europeus pelas cores mais
fortes. A inspiração para o desenvolvimento dos revestimentos ou da
paleta de cores surgiu de fontes tão diversificadas como o calçado
desportivo, a cosmética, a joalharia ou o mobiliário.
Durante o percurso pelos arredores de Cannes experimentei as
várias tecnologias de assistência ao condutor disponíveis que
incluem a Assistência ao Estacionamento, o Sistema de Informação de
Ângulo Morto, Ajuda à Manutenção na Faixa de Rodagem,
Reconhecimento de Sinais de Trânsito ou Travagem Ativa em
Cidade.
Uma das inovações do novo Kuga é o Ford SYNC com Assistência de
Emergência que em caso de acidente deteta a abertura de um airbag
ou a ativação do corte de emergência do combustível dentro do
veículo e recorre ao localizador de GPS existente e ao telemóvel
emparelhado por Bluetooth para realizar uma chamada de emergência e
fornecer as coordenadas GPS na língua local, neste caso em francês.
Felizmente, este foi um dos únicos sistemas que não testámos.
Como já referi atrás, durante este ensaio dinâmico conduzi a
versão 2.0 TDCi de 163 cv, com caixa manual de seis velocidades, e
fiquei agradado com o excelente comportamento do motor, potente e
bem doseado. Saliento também que o novo Kuga é bastante ágil em
curva. Para esta versão, a marca anuncia valores de consumo de
combustível na ordem dos 5,9 l/100 Km e 154 g/Km de CO2.
Em Portugal, o novo Kuga está também disponível com o motor 2.0
TDCi de 140 cv e, a gasolina, com os motores 1.6 EcoBoost de 150 e
180 cv. Dependendo da versão, pode estar equipado com caixa de
velocidades automática.
Conduzir o novo Ford Kuga revelou-se uma excelente
experiência. Trata-se de um SUV ágil, seguro, bastante confortável
e repleto de equipamento. Esteticamente está bastante bem
conseguido, despertando olhares curiosos por onde quer que passe,
mesmo nas cosmopolitas estradas do Mónaco, por onde fiz questão de
o passear.
Preços
1.6 EcoBoost 150 cv – desde 28.745 euros
1.6 EcoBoost 180 cv – desde 39.045 euros
2.0 TDCi 140 cv – desde 35.845 euros
2.0 TDCi 163 cv – desde 43.495 euros