Despachada, prática e sem papas na língua. Mas também vaidosa, independente e confiante. Assim é
Joana Freitas, a manequim que ficou conhecida como uma das três meninas da segunda série de anúncios da TV Cabo em Portugal, há cinco anos. A CARAS esteve à conversa com a manequim, de 24 anos, que nos contou um pouco do seu percurso e falou de projetos… que não passam pelo casamento nem pelos filhos, pelo menos para já. Joana vive há dois anos com o namorado,
João Alves, de 25 anos, profissional na área do marketing, e garante que estão bem assim.
![Joana Freitas Joana Freitas](/users/0/14/joana-freitas-7268.jpg)
– É a típica manequim, vaidosa e viciada em roupa?
– Sou super vaidosa. Adoro roupa, sapatos e malas, não vale a pena mentir. Tenho de viver numa casa onde tenha um quarto só para a minha roupa. E gosto de andar sempre arranjada, mas isso um pouco por ser do Porto, as mulheres lá arranjam-se mais. E quando era miúda a minha avó dizia sempre que uma menina tinha de andar sempre aprumada porque nunca sabíamos como é que o nosso dia ia acabar e quem iríamos encontrar.
– O João deve ter de esperar bastante por si quando têm de sair…
– Não, o João também é super vaidoso. Às vezes sou eu quem tem de esperar por ele.
– Vivem juntos há dois anos. Pensam casar-se e ter filhos?
– Nem pensar. Isto está tão difícil para ganhar dinheiro, quanto mais para fazer casamentos. Quando era miúda era muito mais cor de rosa de cabeça e dizia que queria casar-me aos 19 anos e ser mãe nova. Hoje em dia já não penso nada disso. Ter filhos, só talvez aos 30. Claro que adorava ser mãe e acho que isso vai ser a minha maior realização pessoal, mas hoje em dia a vida é muito difícil e é complicado pôr um filho no mundo e ter condições para o educar e cuidar dele. E também não sei se estou preparada para já e tenho muito medo, porque para termos um filho, temos de lhe dar o melhor que conseguirmos. Não quer dizer que não conseguisse se viesse agora, mas prefiro ganhar bases mais sólidas e melhores primeiro. E estou numa boa fase de trabalho que quero aproveitar.
![Joana Freitas Joana Freitas](/users/0/14/joana-freitas-49bc.jpg)
– Portanto, o sonho do vestido de noiva não é para si?
– Já foi mais. Eu e o João estamos ótimos assim. Esta é também a primeira vez que vivo com um namorado e acho que um papel assinado não iria fazer muita diferença.
– Foi complicado adaptar-se ao facto de viver acompanhada?
– Não. Ajudou muito o facto de, quando vim para Lisboa, ter morado com dois amigos meus. Isso deu-me bagagem, porque sou uma pessoa muito arrumada, maníaca com as limpezas, e aprendi a partilhar o meu espaço com outras pessoas.
– E o João é muito desarrumado?
– Ao início era um bocado, era muito ‘me-nino da mamã’, e como também viveu muitos anos com a irmã, as coisas apareciam-lhe feitas… Houve, claro, algumas coisas que tivemos de limar, e agora está tudo bem.
– É dona de casa?
– Sou uma fada do lar! Limpo, vou frequentemente apanhar flores, faço biscoitos caseiros, bolos, cozinho muito bem. Adoro fazer as minhas coisas em casa e faz-me bem. Funciona como uma terapia para mim. Ao arrumar a casa, arrumo a minha cabeça também. Também tenho a sorte de ter bons horários, flexíveis. Tenho uma vida de princesa em que posso fazer o que quero à hora que quero. O João vai começar agora a ter horários mais rígidos, mas não é mau, porque tenho o meu espaço, o meu tempo e assim ele já não desarruma tanto.
![Joana Freitas Joana Freitas](/users/0/14/joana-freitas-9b10.jpg)
– É ciumenta?
– Não sou nada ciumenta. Às vezes é horrível, porque parece que não gosto das pessoas. O João é que é ciumento, mas não demasiado. Não é ser muito segura de mim mesma, não tenho é paciência para ser ciumenta. Às vezes brinco com ele a tentar mostrar-me ciumenta para ele sentir que gosto dele, mas ele diz-me logo para parar, que estou a ser ridícula. Nunca fui ciumenta. Acho que é uma perda de tempo.
– Namorar com o João acalmou-a, ficou mais serena?
– Sim, sem dúvida. Até porque antes de viver com o João, vivia com a minha amiga
Joana Duarte e era completamente diferente. Éramos duas amigas, solteiras, claro que íamos à praia, íamos a festas, era uma ‘curtição’. Com namorado isso acabou, agora é mais calmo.
– Sei que trabalha desde os 14 anos e aos 19 veio viver sozinha para Lisboa…
– Vim, quando ganhei o anúncio da TV Cabo. Como eu era a ‘menina da televisão’ tinha de gravar muita coisa sozinha e das três era a única que vivia no Porto. Os meus pais são fantásticos e apoiaram-me nessa decisão. Como trabalho na Central Models desde os 14 anos, eles aprenderam a dividir-me um bocadinho com Lisboa, porque havia vezes em que eu tinha de vir e ficava cá uma semana.
![Joana Freitas Joana Freitas](/users/0/14/joana-freitas-409f.jpg)
– Os seus pais deixavam-na vir sozinha para Lisboa aos 14 anos?
– A princípio a minha mãe acompanhava-me, mas mais para me ensinar a andar de metro, a conhecer a cidade. Acompanhou-me na minha primeira sessão fotográfica, em que ainda não sabia muito bem o que fazer e foi muito bom tê-la lá ao meu lado a ajudar-me. Mas depois, ao fim de alguns meses, passei a vir sozinha. A minha mãe também tinha a vida dela, não podia deixar o emprego para me acompanhar.
– Sempre teve muita liberdade desde cedo…
– De certa forma, sim. Com responsabilidade, claro, porque a minha mãe é mãe de pulso e jogava por aí. Ela não me deixava vir sem saber o que é que eu andava a fazer, controlava muito bem as coisas. E também nunca lhe menti, portanto, ela sabia sempre onde eu estava. Os meus pais nunca tentaram dissuadir-me do meu sonho, incentivavam-me. Queriam era que eu fizesse as coisas bem feitas, que falasse com as pessoas certas.
– Acha que cresceu depressa demais?
– Inevitavelmente, acabei por crescer. Por exemplo, as minhas amigas não podiam sair à noite e eu já podia, se estava em Lisboa e me apetecia ir dar uma volta, ia. Comecei a viajar mais, a passar mais tempo sozinha, a ter de me desenrascar numa cidade que não é minha. A pressão também era muito maior, tal como a responsabilidade. Comecei a trabalhar o meu profissionalismo aos 14 anos.
![Joana Freitas Joana Freitas](/users/0/14/joana-freitas-1291.jpg)
– Sempre quis ser manequim ou isso era um meio para atingir um fim, como o de ser famosa?
– Nunca quis ser conhecida, mas confesso que quando ganhei o Supermodel, aos 14 anos, comecei a pensar que, se calhar, era um bocadinho estrela. É claro que isso mexe com a cabeça de uma miúda que anda no 8.º ano. Era a ‘maior’ da escola. Mas a minha mãe teve o trabalho duro de me puxar sempre de volta à realidade, não deixou que eu me tornasse uma miúda fútil, nunca permitiu que eu deixasse a escola, nunca me deixou pensar que era superior a alguém.
– E todo o ambiente das festas, das revistas, quando veio para Lisboa, não a deslumbrou?
– Não. Primeiro, porque a minha carreira demorou muito a ser construída, por estar a viver no Porto e por ter prometido aos meus pais que primeiro terminava os estudos e depois trabalhava a sério. Não foi uma coisa instantânea. Depois, eu não ia muito a festas. Trabalhei durante sete anos na noite do Porto, porque sempre gostei de ganhar o meu dinheiro. Comecei com 14 anos e era relações-públicas de umas discotecas e bares, mas para miúdos. E como trabalhei tantos anos à noite, enjoei. Então, quando vim para cá, quase que não saía e desliguei-me da noite.
– Deve ter uma relação de grande confiança com os seus pais…
– Temos. Os meus pais deram-me essa liberdade porque eu também lhes dei provas de que podiam confiar em mim e que era diferente das muitas outras miúdas da minha idade. Tenho amigas do Porto a quem, aos 22 anos, ainda são os pais que lhes põem gasolina no carro. E eu aos 19 anos comprei o meu primeiro carro com o meu dinheiro, a pronto. Sou independente desde muito cedo. Graças a Deus, a minha mãe fez de mim uma mulher inteligente. Sempre me disse que se quisesse as minhas coisas, tinha de trabalhar para elas.