Príncipe consorte no ativo há quase 58 anos – desde 6 de fevereiro de 1952, dia da coroação de
Isabel II de Inglaterra -, mas obrigado a aparecer em eventos oficiais ao lado da mulher desde o dia do seu casamento, há 63 anos,
Filipe de Edimburgo é o mais velho a ocupar este cargo na monarquia europeia. Mas, a poucos meses de completar 90 anos – e, talvez não por coincidência, logo após o anúncio do noivado do seu neto
William -, Filipe acaba de anunciar que pretende "reformar-se".
Uma notícia que vem aumentar o tom dos que apostam que a soberana inglesa poderá estar a pensar em abdicar do trono por ocasião do jubileu dos seus 60 anos de reinado. Não por questões de saúde – Isabel, que completa 85 anos em abril, mostra-se em excelente forma e, se sair aos seus (a mãe morreu com 101 anos), poderá viver ainda muitos e bons anos em plena posse das suas capacidades físicas e mentais -, mas para poder usufruir em pleno, na reta final da vida, das suas ocupações preferidas: longas cavalgadas, passeios a pé pelo campo na companhia dos seus cães, jardinagem, caçadas, pescarias ao salmão em Balmoral e as suas palavras cruzadas diárias (é incondicional das do jornal
The Times).
E apesar de Filipe não ser especialmente popular, pelas suas famosas
gaffes públicas, algumas das quais verdadeiros incidentes diplomáticos, dificilmente a soberana continuará a reinar sem ter o marido a seu lado. Ou, melhor, atrás de si. Porque o príncipe de Edimburgo, que é primo afastado da mulher, abdicou totalmente de uma existência em nome próprio (nomeadamente da sua paixão pela vida no mar, ele que serviu na Royal Navy durante a II Guerra) para se manter na sombra de Isabel. E, segundo a psicóloga britânica
Dorothy Rowe, essa é, aliás, a razão das suas
gaffes:
"Quando as pessoas fazem esse tipo de comentários sarcásticos, frequentemente estão a libertar sentimentos agressivos que têm dentro delas."
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.