Mohamed Al Fayed nunca escondeu as suas convicções sobre a morte de
Diana e do filho,
Dodi, que sofreram um acidente de carro fatal em Paris, a 31 de agosto de 1997: a culpa era, de alguma forma, do príncipe
Filipe, marido da rainha
Isabel II, que queria assustar a antiga nora. O objetivo, insiste o milionário Al Fayed, seria forçar a princesa a terminar a relação com o muçulmano e não branco Dodi, supostamente por razões racistas.
É precisamente esta a teoria que serve de fio condutor ao argumento do filme
Unlawful Killing, do realizador
Keith Allen, que estreou agora em Cannes e foi financiado… pelo próprio Al Fayed.
Um dos motivos para poucos considerarem a história defendida credível, até porque se baseia muito mais em suposições e opiniões do que em factos. Pelo caminho, o filme consegue ainda mostrar algumas das fotografias que os
paparazzi fizeram a Diana logo após o acidente, e que nunca foram publicamente divulgadas em Inglaterra, já que na altura as partes envolvidas concordaram respeitar a memória da princesa.
O realizador justifica agora este boicote à moral dizendo que pretendia provar que Diana estava viva e lúcida e não moribunda, pelo que deveria ter sido transportada com mais celeridade para o hospital, quem sabe sobrevivendo ao acidente. E aqui entra novamente em ação a teoria da conspiração que envolve não só o príncipe Filipe como os serviços secretos britânicos e franceses, que teriam impedido uma verdadeira investigação sobre as causas do acidente.