Faltavam poucos minutos para
as 9h00 (hora espanhola), quando Iñaki Urdangarín chegou ao Tribunal de
Instrução n.º 3 de Palma de Maiorca, na companhia do seu advogado, Mario
Pascual Vives. O duque de Palma poderia ter entrado diretamente de carro, mas
decidiu fazê-lo a pé, fazendo questão de dirigir-se aos jornalistas. “Venho aqui para demonstrar a minha inocência, a minha honra e a minha atividade
profissional. Durante estes anos exerci a minha responsabilidade e tomei as
decisões de forma correta e com total transparência”, declarou Iñaki, concluindo
ainda: “A minha intenção hoje é clarificar a verdade dos factos”.
Durante as mais de três horas em que foi ouvido da parte da manhã, Iñaki
mostrou-se “muito tranquilo” e as suas declarações foram “lentas e minuciosas”,
segundo informaram alguns assistentes. O duque de Palma respondeu a várias
perguntas sobre as várias sociedades com as quais esteve relacionado e que
serviram, supostamente, para desviar dinheiros públicos através do Instituto
Nóos, do qual foi presidente entre 2004 e 2006.
Um dos momentos mais aguardados foi quando o juiz José Castro lhe perguntou se
o rei Juan Carlos lhe tinha pedido, em 2006, que abandonasse a sua atividade no
Instituto Nóos, ao que Iñaki respondeu imediatamente que sim. Nesse ano, um
assessor da Casa do Rei terá aconselhado o marido da infanta Cristina que
abandonasse o instituto e que optasse por procurar outra atividade
profissional, se possível, fora de Espanha. Algo que os duques de Palma
acabaram por fazer em 2009, quando Iñaki aceitou uma proposta para trabalhar em
Washington, na filial da Telefónica.
Iñaki Urdangarín afirmou também que o seu sócio, Diego Torres, é o máximo
responsável pelos atos que estão a ser investigados, assegurando que nunca teve
poder para administrar ou emitir faturas, sendo o seu papel meramente
institucional. O duque esclareceu ainda que incluiu os seus filhos e a sua
mulher, a infanta Cristina, como sócios da empresa Namaste S.L., porque queria
que esta tivesse um carácter familiar.
Depois de mais de três horas de interrogatório, Iñaki almoçou com a infanta
Cristina no Palácio de Marivent, regressando depois ao tribunal para continuar
a ser ouvido. O juiz já declarou que pretende que audiência termine ainda hoje,
seja que horas forem. Tudo indica que após a audiência o duque de Palma emitirá
um comunicado.
Iñaki Urdangarín: “Venho aqui demonstrar a minha inocência e a minha honra”
O duque de Palma confirmou que o rei Juan Carlos lhe pediu para abandonar o Instituto Nóos.
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