O apelo de Kate e William tinha como principais destinatários os paparazzi, mas para lhe darem mais força os duques de Cambridge elogiaram o bom senso dos responsáveis pelos meios de comunicação social – ingleses e estrangeiros – que rejeitam fotografias tiradas ‘à traição’ e apelaram à empatia de todos aqueles que são pais de família. Falando diretamente ao coração de todos, pediram que não ponham em perigo a segurança de George de Cambridge, de dois anos, e de Charlotte, que faz quatro meses a 2 de setembro, sem dúvida as joias mais valiosas da coroa inglesa, e aos quais gostariam de proporcionar uma infância o mais normal possível, sem medos, sem perseguições e sem terem que viver “exclusivamente por detrás dos portões dos palácios e de jardins murados”.
Dezoito anos depois da morte de Diana (assinalam-se no próximo dia 31), na sequência de uma perseguição de paparazzi nas ruas de Paris que acabou num acidente de viação fatal para a princesa, o namorado desta, Dodi Fayed, e o motorista, Henri Paul, o assédio destes fotógrafos especializados em captar imagens furtivamente continua a deixar a família real inglesa com pele de galinha. E agora que o alvo principal dos paparazzi se tornou George, William perdeu a fleuma – e contagiou Kate. Os traumas em relação à morte da mãe vieram todos à tona, espoletando no príncipe o instinto de um leão disposto a proteger as suas crias a todo o custo.
E não é para menos: na primeira semana de agosto, a polícia prendeu um indivíduo que se escondeu dentro da mala de um carro para fotografar George enquanto este brincava com a ama num parque infantil. Saliente-se que o referido paparazzo se deu ao trabalho de alugar um carro com vidros fumados, que ainda revestiu por dentro com panos, e que providenciou alimentos para passar ali um dia inteiro. E histórias destas têm-se repetido quase diariamente, com Kate e William a queixarem-se de que o filho está sempre a ser vigiado.
Conscientes da curiosidade do público em relação aos bebés reais, de vez em quando os duques divulgam fotos dos filhos, algumas até dos seus álbuns pessoais, mas já perceberam que isso não sacia o apetite aos vorazes paparazzi, que ganham a vida a vender a preços exorbitantes imagens de famosos tiradas sem consentimento. Daí terem pedido a ajuda de Jason Knauf, o americano de 30 anos considerado um guru das relações-públicas que é, desde o início deste ano, responsável pelo Gabinete de Comunicação do Palácio de Kensington (que faz a assessoria tanto dos duques de Cambridge como do príncipe Harry).
Sob as instruções de Kate e William, Knauf elaborou um texto que tinha como principal objetivo alertar a opinião pública – e conquistar a sua simpatia – para as situações “extremas” a que os paparazzi chegaram nos últimos meses, levados pela avidez de obter imagens de George: o uso de lentes de grande alcance para fotografar Kate com o filho em propriedades privadas; a monitorização dos movimentos da ama de George e de outros membros do staff que rodeia os duques; a divulgação de imagens de crianças anónimas que estejam a brincar com o príncipe; a perseguição dos carros das pessoas que visitam os duques; a permanência de fotógrafos emboscados junto à casa dos pais de Kate, Carole e Michael Middleton. Situações que não só violam os direitos de privacidade e de proteção de imagem da criança como, em última análise, podem pôr em risco a sua vida, salienta-se.
O texto emitido por Kensington no dia 14 de agosto – de forma a dar-lhe um carácter mais intimista, preferiram chamar-lhe carta em vez de comunicado, e usaram uma linguagem coloquial e emotiva – começa por louvar os meios de comunicação ingleses por resistirem à tentação de comprar imagens aos paparazzi. Depois, Knauf refere que, como todos os pais, os duques têm orgulho em mostrar os filhos e, por isso mesmo, não só eles próprios têm divulgado fotos de George e Charlotte, como têm proporcionado vários momentos “oficiais” para a captação de imagens das crianças. Para em seguida frisar que, também como todos os pais, “se opõem a que qualquer pessoa – sobretudo estranha –, tire fotografias aos seus filhos sem a sua permissão”. Afinal, lembra, como qualquer outra criança, os pequenos príncipes merecem “uma infância segura, feliz e privada”.
E os duques – porque Knauf não fez mais do que falar por eles – acabam mesmo por incluir uma ameaça nas entrelinhas, quando lembram o risco de uma “emboscada” de um paparazzo ser confundida com um ataque terrorista. Ao qual a segurança real poderá responder… a matar.
George corre perigo por ser o alvo preferido dos ‘paparazzi’
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Dezoito anos depois da morte da princesa Diana – a 31 de agosto de 1997,
em Paris, na sequência de uma perseguição de “paparazzi” que resultou num acidente de viação fatal – William e Kate entraram em pânico quando, na primeira semana de agosto, a polícia prendeu um indivíduo que se escondeu na mala de um carro para fotografar George enquanto este brincava num parque infantil.
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Dezoito anos depois da morte da princesa Diana – a 31 de agosto de 1997,
em Paris, na sequência de uma perseguição de “paparazzi” que resultou num acidente de viação fatal – William e Kate entraram em pânico quando, na primeira semana de agosto, a polícia prendeu um indivíduo que se escondeu na mala de um carro para fotografar George enquanto este brincava num parque infantil.
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Na “carta” emitida pelo gabinete de comunicação de Kensington refere-se que, como todos os pais, os duques de Cambridge têm orgulho em mostrar os filhosao mundo e que, tal como aconteceu em julho, por ocasião do batizado de Charlotte, criarão oportunidades para que as crianças sejam fotografadas ao longo do seu crescimento, mas que não querem que elas sejam perseguidas pelos “paparazzi”.