No ano em que se assinala o 20.º aniversário do desaparecimento da princesa Diana, vítima de um acidente trágico em Paris, França, os seus filhos aceitaram participar num documentário de homenagem. Embora ambos os testemunhos tenham sido emocionantes, o do príncipe Harry, filho mais novo de Carlos de Inglaterra e Diana de Gales talvez tenha sido o mais surpreendente. O jovem tinha apenas 12 anos quando a mãe morreu e confessou que ficou um pouco apático com tudo o que estava a acontecer à sua volta.
A princesa foi enterrada numa cerimónia privada numa propriedade da sua família, numa ilha, depois do adeus público na Abadia de Westminster, em Londres, transmitido pelas televisões de todo o mundo. E terá sido precisamente nesse momento mais privado que o príncipe Harry se deixou levar pela emoção. “A primeira vez que eu chorei foi no funeral na ilha. E depois disso, só chorei talvez mais uma vez pela morte da minha mãe. Há ainda muita dor… que tenho de deixar vir cá para fora. Eu era muito novo, cresci a pensar que não ter mãe era normal. Era o caso típico que achava que não valia a pena pensar naquilo nem passar pelo difícil processo do luto, porque nada a traria de volta. A questão é que esta postura só aumenta a tristeza. As pessoas lidam com a morte de formas diferentes e eu basicamente guardei tudo para mim, fiquei em silêncio”, confessa no documentário transmitido esta segunda-feira, 24 de julho, pelo canal ITV.
Já o filho mais velho de Diana, o príncipe William, sempre teve mais facilidade em expressar os seus sentimentos. No entanto, reconhece que foram momentos de extrema tristeza: “Não há que se assemelhe a perder uma mãe, nada. É como se um terramoto devastasse a nossa casa, a nossa vida, tudo. Ficamos destruídos. E eu demorei algum tempo a conseguir vir ao de cima. O meu coração está com todos os que perderam pessoas que amavam. Uma dor destas é algo que nos liga, como se fizéssemos parte de clube triste, ao qual ninguém quer pertencer. Mas quando nos encontramos sabemos exatamente o que os outros estão a sentir”.
No dia do acidente, 31 de agosto de 1997, Harry tinha 12 anos e William 15 e encontravam-se de férias em Balmoral, uma propriedade da rainha Isabel II na Escócia, com a família real, enquanto a mãe estava em Paris, com o namorado, o empresário egípcio Dodi Al-Fayed. Horas antes da tragédia, a princesa ligou para os filhos que, confessam agora, se culpam por ter apressado o fim do telefonema para poderem continuar a brincar com os primos. “O Harry e eu estávamos desesperados para dizer adeus, até logo, vamos andando. Se soubesse o que iria acontecer de certeza que não teria sido tão indiferente. Mas aquela conversa telefónica pesa-me na memória”, lembrou William.
Embora tenham acedido a este convite de abrir o seu coração para homenagear a mãe, pela primeira vez de forma tão privada, William e Harry garantem que não voltará a repetir-se. “Não o faremos outra vez. Não falaremos tão aberta e publicamente sobre ela outra vez, porque temos esperança de que este filme dê o lado dos amigos próximos e da família que ainda não tinham conhecido, daqueles que a conheciam melhor e daqueles que querem proteger a memória dela e recordá-la como a pessoa que era. Vinte anos depois, Harry e eu sentimos que era o momento apropriado para nos abrirmos um pouco mais sobre a nossa mãe”, explica o marido de Kate Middleton.
Príncipe Harry: “Só chorei duas vezes pela morte da minha mãe”
Revelação foi feita no documentário ‘Diana, Our Mother: Her Life and Legacy’.
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