Condenar o terrorismo, solidarizar-se com as vítimas, apoiar as famílias: assim tem sido a ação de Felipe VI, proclamado rei de Espanha após Juan Carlos ter abdicado, em 2014, de cada vez que o país se viu atingido pelo terrorismo. Por isso, o monarca acaba de ser distinguido com o Prémio de Defesa dos Direitos Humanos Adolfo Suárez, e tanto ele como a rainha Letizia não podiam estar mais orgulhosos.
“Como Rei, e antes de tudo como pessoa, têm-me sempre ao vosso lado“, disse Felipe na hora de receber o galardão entregue pela Fundação de Vítimas de Terrorismo. E foram elas as mais lembradas: “a sua recordação [das vítimas] permanecerá na nossa memória e no nosso coração“, reforçou, destacando a superação e a força moral das famílias, sem desejos de vingança.
Enquanto príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia viveram um dos momentos mais complicados da história do século XXI espanhol, os atentados à bomba na estação de Atocha, em Madrid, a 11 de março de 2004, dois meses antes de se casarem. Dez anos mais tarde, no ato solene que o aclamou Rei de Espanha, Felipe fez questão de assinalar a data, tal como agora, que passam mais de 20 anos de outro ataque terrorista que chocou a comunidade espanhola – o assassinato do político Miguel Ángel Blanco, às mãos do grupo separatista ETA, em julho de 1997. Mais recentemente, em agosto de 2017, os reis de Espanha voltaram a ver a estabilidade do país ameaçada pelo terrorismo, devido aos atentados na Catalunha.