Leonor de Espanha – Uma jovem discreta e meiga
Leonor de Todos los Santos de Borbón y Ortiz, princesa das Astúrias, de Girona e de Viana, duquesa de Montblanc, condessa de Cervera e senhora de Balaguer, nasceu a 31 de outubro de 2005, na clínica Ruber, em Madrid. O seu nascimento foi comunicado através de uma mensagem de telemóvel à imprensa e, na altura, os espanhóis não imaginavam estar perante a herdeira do trono, uma vez que a Constituição espanhola privilegiava a sucessão por via masculina, mesmo que o filho varão não seja o primogénito.
Como os atuais reis de Espanha, Felipe VI e Letizia, só tiveram outra filha, Sofía, agora com 11 anos, Leonor é a legítima sucessora do pai e desde cedo tem sido preparada para um dia carregar a coroa, mostrando-se já hoje à altura das ocasiões mais solenes.
A princesa das Astúrias – título exclusivo dos herdeiros do trono, que recebeu automaticamente a 19 de junho de 2014, dia em que o seu pai foi proclamado rei, depois da abdicação de Juan Carlos – é educada sob os princípios da religião católica e o seu dia a dia é comum ao das meninas da sua idade, uma normalidade que os reis procuram preservar. Leonor estuda no colégio Santa María de los Rosales de Aravaca, nos arredores da capital espanhola, o mesmo que o pai frequentou, e no dia da sua Primeira Comunhão, a 20 de maio de 2015, usou o uniforme do colégio numa cerimónia que foi considerada privada, pois os pais quiseram que recebesse o sacramento juntamente com os seus colegas de turma, num dia de semana e sem qualquer protagonismo. A herdeira de Felipe tem ainda aulas extracurriculares que a preparam para ser a futura rainha.
A transformar-se numa adolescente vistosa, a princesa já começou a marcar presença em alguns atos oficiais, e 2018 foi, sem dúvida, o ano da sua consagração como futura rainha: a 30 de janeiro, no dia em que o pai fez 50 anos, atribuiu-lhe o Tosão de Ouro, a mais importante distinção da Europa, em setembro realizou a primeira visita oficial a Covadonga, nas Astúrias, e em outubro, no dia em que completou 13 anos, fez a sua primeira intervenção pública, ao ler no Instituto Cervantes o primeiro artigo da Lei Magna, coincidindo com a celebração dos 40 anos da Constituição espanhola. De salientar que desde 2015 Leonor é a patrona dos prestigiados Prémios Princesa das Astúrias, mas, como ainda é muito jovem, a cerimónia de entrega será presidida pelos reis até que atinja a maioridade.
Amalia da Holanda – O trono será feminino pela quarta vez
Na monarquia holandesa – criada em 1815 por Guilherme I, anteriormente príncipe de Orange e Nassau –, cuja lei de sucessão continua a privilegiar a via varonil, curiosamente, durante 123 anos reinaram, sucessivamente, três mulheres: Guilhermina, de 1890 a 1948, Juliana, de 1948 a 1980, e Beatriz, de 1980 a 2013. Esta última e o marido, o príncipe consorte Claus, porém, asseguraram a descendência não com um, mas com três varões: o atual soberano, Guilherme, nascido em 1967, Johan-Friso, em 1968 (que morreu em 2013, na sequência de um acidente na neve), e Constantijn, em 1969. Mas este reinado masculino será apenas um interregno, pois na próxima geração será de novo uma mulher a sentar-se no trono, uma vez que Guilherme e a mulher, Máxima, tiveram apenas raparigas: Amalia, nascida a 7 de dezembro de 2003, Alexia, em junho de 2005, e Ariane, em abril de 2007.
Segunda na linha de sucessão desde o seu nascimento e princesa de Orange desde que o pai se tornou rei, em 2013, Amalia tem sido educada para a tarefa que a aguardará um dia. Isso implica saber lidar com banhos de multidão e transmitir uma imagem pública irrepreensível – mesmo que a monarquia holandesa seja das menos formais da Europa –, mas também ter conhecimentos em áreas tão diversas como política, economia, direito, diplomacia, história ou estratégia militar (já que um dia será Chefe das Forças Armadas).
No entanto, e por vontade dos pais, o seu estilo de vida ainda é o mais low profile possível. Depois de ter estudado numa escola primária pública, atualmente frequenta o colégio Christelijk Gymnasium Sorghvliet, na capital da Holanda, Haia, onde a família real acaba de se instalar, no Palácio de Huis ten Bosch. Dos seus principais interesses destacam-se a equitação, o hóquei, o esqui, o canto e o piano.
Por enquanto, Amalia não cumpre uma agenda oficial, mas acompanha os pais, tal como as suas irmãs, em momentos importantes da vida destes enquanto reis e em várias festas tradicionais do seu país. E o dia do seu aniversário já é celebrado com alguma pompa, com um concerto para o qual são convidados embaixadores, membros da corte e do Conselho de Estado holandês (do qual passará a fazer parte quando atingir a maioridade).
Ingrid da Noruega – A segunda mulher a reinar no seu país
Representante da casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, Ingrid Alexandra, de 15 anos, fará história quando um dia subir ao trono, já que será apenas a segunda mulher a reinar na Noruega, e a primeira de pleno direito: a estreante, Margarida, que usou a coroa no século XV (na época, o reino aglomerava a Dinamarca, a Noruega e a Suécia), fê-lo em circunstâncias excecionais, já que ficou viúva e acabou por suceder ao filho, que morreu primeiro. Só em 1990 é que a Constituição norueguesa foi revista de modo a assegurar o direito ao trono ao primogénito, independentemente do género. Caso contrário seria o irmão mais novo de Ingrid Alexandra, Sverre Magnus, de 13 anos, a suceder ao príncipe Haakon, tal como será este que um dia usará a coroa que é hoje do pai, Harald V, pois quando nasceu a sua irmã mais velha, Martha Louise, ainda vigorava o princípio da varonia.
Nascida a 21 de janeiro de 2004 no Hospital Universitário de Oslo, Ingrid Alexandra é a filha mais velha de Haakon e Mette-Marit, mas tem um meio-irmão mais velho: a mãe teve uma união anterior ao casamento, com Morten Borg (de quem pouco se sabe, para além de uma condenação por posse de cocaína anterior à relação com Mette-Marit), da qual nasceu um rapaz, Marius Borg Høiby, que tem atualmente 22 anos e que a família real norueguesa acolheu como um dos seus.
Um enquadramento familiar aparentemente livre dos habituais preconceitos de uma cultura conservadora, que estará a formar a princesa para o que se supõe uma mentalidade aberta e tolerante, proporcionando-lhe uma educação exigente, mas um dia a dia o mais normal e resguardado possível. Para já, o que salta à vista é uma jovem que entrou plenamente na adolescência: o guarda-roupa infantil deu lugar a escolhas mais cool (o postal de Natal deste ano mostra-a de preto integral e minissaia) e a timidez que antes exibia em público foi substituída por um sorriso aberto e uma atitude segura nos eventos em que já vai participando como representante da família real. O que se explica não só pela maturidade que vai adquirindo, mas provavelmente também pelo facto de ter passado a frequentar o Colégio Internacional de Oslo quando entrou no liceu (com o objetivo de se tornar bilingue, somando o inglês à língua materna), onde convive com uma grande diversidade de alunos. A jovem, que vive com os pais na Quinta de Skaugum, em Asker, nos arredores de Oslo, partilha o gosto de toda a família pela prática do surf, que costuma determinar os destinos de férias.
Elisabeth da Bélgica – Tímida, mas cativante
Elisabeth Thérèse Marie Hélène, filha primogénita dos reis da Bélgica, Mathilde e Philippe, é a primeira na linha de sucessão e, caso seja coroada, irá tornar-se a primeira mulher da história da realeza belga a subir ao trono.
Mas vamos recuar a 2001, mais precisamente ao dia 25 de outubro, às 21h58, data e hora em que a quinta neta dos reis Alberto e Paola da Bélgica nasceu, no Erasmus Hospital, em Anderlecht. Ouviu-se uma salva de 101 tiros de canhão, a saudação reservada ao nascimento de um herdeiro do trono, trono esse que até 1991 estava reservado aos homens, altura em que o rei Balduíno aboliu a Lei Sálica, que impedia as mulheres de o ocuparem.
Embevecido com a filha, nas suas primeiras declarações públicas Philippe destacou a beleza da bebé: “Estou orgulhoso da nossa menina. É muito feminina, apesar de se parecer comigo.” Com o passar dos anos, no entanto, as feições mudaram e hoje é notório que Elisabeth herdou tanto traços da mãe como da avó paterna, considerada uma das mulheres mais bonitas do seu tempo quando era jovem, e a quem todos chamavam “a Bela Paola”.
Elisabeth protagonizou o seu primeiro ato oficial em 2006, na missa do Dia Nacional da Bélgica, e fez o primeiro discurso em 2014, numa homenagem às vítimas da I Guerra Mundial. Tímida, mas confiante, falou nos três idiomas principais do país: flamengo, francês e alemão. Mais recentemente, em julho do ano passado, por ocasião das comemorações dos cinco anos de reinado de Philippe e Mathilde, foi sobre ela que recaíram as atenções: com um vestido midi de padrão floral, a menina de sorriso encantador tornara-se uma jovem mulher elegante. Foi também na mesma altura que posou ao lado do pai para um retrato oficial no Castelo de Laeken, a residência da família, a norte de Bruxelas.
Mathilde e Philippe sempre quiseram que tanto Elisabeth, atualmente com 17 anos, como os seus três irmãos, Gabriel, de 15, Emmanuel, de 13, e Eléonore, de dez, tivessem uma vida o mais normal possível. Não é por isso de estranhar que Elisabeth – que recebeu o título de duquesa de Brabante em julho de 2013, quando Philippe sucedeu a Alberto II, depois deste ter abdicado – se vista de forma descontraída no dia a dia, recaindo a sua escolha, na maioria das vezes, em calças, sapatilhas e camisolas confortáveis, e sendo cliente de cadeias low cost.
Para melhor se preparar para o futuro, a princesa está atualmente a estudar em Inglaterra, no prestigiado United World College of the Atlantic, por onde já passaram escritores, cineastas, políticos e médicos de renome e também membros da realeza, como Guilherme da Holanda ou a princesa Raiyah da Jordânia.
Nos tempos livres, gosta de praticar desporto, nomeadamente ténis, esqui e mergulho, e de fazer atividades que a ponham em contacto com a Natureza. Além disso, gosta de ler, toca piano e não dispensa programas com os amigos. Tem também vocação para ações de voluntariado, sobretudo relacionadas com crianças com dificuldades de aprendizagem, idosos, sem-abrigo e pessoas com deficiência.
Estelle da Suécia – Uma estrela em ascensão
O sorriso, a descontração e as expressões com que é fotografada em acontecimentos públicos não deixam ninguém indiferente. Estelle Silvia Ewa Mary nasceu a 23 fevereiro de 2012 e recebeu o título de duquesa da Gotalândia Oriental. Segunda na linha de sucessão ao trono sueco, Estelle é a primogénita da princesa herdeira do trono sueco, Victoria, e do seu antigo personal trainer, Daniel Westling, que a princesa conheceu quando estava a tratar-se de uma anorexia nervosa, um transtorno que resultou da pressão que sentia em relação ao cargo de futura rainha.
Como qualquer mãe, a princesa Victoria quer evitar a todo o custo que a filha passe pelas mesmas angústias e, se olharmos para o percurso de Estelle, facilmente percebemos que algumas medidas têm como objetivo tentar diminuir a ansiedade que a filha possa sentir perante tamanha responsabilidade. Uma dessas medidas foi participar desde cedo nos mais diversos atos oficiais. E ao contrário de outros pequenos príncipes e princesas da Europa, como George de Inglaterra, que têm tendência para agir de forma tímida quando estão em público, Estelle parece sentir-se como peixe na água quando é o centro das atenções.
Tal como aconteceu com a mãe, Estelle tem sido educada como qualquer outra criança sueca, frequentando escolas públicas. Nos primeiros quatro anos esteve sob o cuidado de uma ama australiana, que a ajudou a familiarizar-se com a língua inglesa, e entretanto entrou na pré-escola de Äventyret, em Danderyd, conhecida por utilizar métodos de ensino que despertam os alunos para a importância da Natureza e do mundo animal. Não é de estranhar, pois, que quando Victoria lhe perguntou se gostava de ter um irmão ou uma irmã, quando estava grávida de Oscar (hoje com dois anos), Estelle tenha respondido que o que queria mesmo era… um hamster.
A prática de exercício físico também tem estado muito presente na sua educação, sendo estimulada pelos pais a descobrir os mais variados desportos, nomeadamente o esqui, que domina com perfeição desde os quatro anos, como o provam alguns vídeos já partilhados pela Casa Real. Mostrar momentos descontraídos vividos em família, longe da rigidez do protocolo, é, aliás, outra pista de como Victoria e Daniel pretendem educar os filhos, tentando demonstrar que o segredo da verdadeira felicidade está nas coisas mais simples da vida.