O maior desafeto de Diana dentro do Palácio de Kensington não era Carlos, mas sim a tia do príncipe, a condessa de Snowdon. Isto de acordo com um livro da autoria de Craig Brown.
Em Ninety-Nine Glimpses Of Princess Margaret, Brown tenta desmistificar a figura que era a princesa Margarida, a irmã mais nova de Isabel II. Para tal, contactou amigos e outras fontes próximas do membro da família real britânica, que morreu em 2002, aos 71 anos, depois de uma série de problemas de saúde. “As pessoas estão dispostas a falar sobre ela. Acho que é por causa do fator tempo. Os seus contemporâneos ainda estão vivos e as suas atitudes mudaram… E essa era já se foi,” começa por dizer.
Um dos temas que o livro aborda é a mudança drástica na relação de Margarida e Diana depois de a princesa de Gales ter concedido uma entrevista considerada chocante à BBC em 1995. No especial de televisão, Lady Di declarou perante 23 milhões de telespectadores que “há três pessoas neste casamento, portanto estava um pouco lotado,” fazendo referência ao desmoronar da sua união com Carlos e à alegada relação extraconjugal do príncipe com Camilla Parker Bowles.
Segundo Brown, a condessa de Snowdon foi uma das primeiras pessoas a receber Diana de braços abertos na Casa de Windsor e considerou a iniciativa um ato imperdoável de traição à família real, mesmo que as alegações fossem verdadeiras. “Margarida era muito implacável. Ela nem sequer queria revistas com Diana na capa por perto. Virava-as ao contrário,” explica o autor. “E não deixava que os seus filhos falassem com ela. Se Diana tivesse vivido mais 30 anos, não teria falado com ela.”
Carlos e Diana divorciaram-se em 1996, depois de uma separação de quatro anos. A ‘princesa do povo’ acabou por morrer na sequência de um acidente em Paris no ano seguinte, aos 36 anos. Brown alega que a condessa de Snowdon nunca perdoou Lady Di, mesmo depois do falecimento trágico, e usa o dia do funeral como exemplo desse rancor.
Brown alega que quando o caixão de Diana passou, os membros da família real baixaram o rosto em sinal de respeito – exceto Margarida, que “fez apenas o mais superficial dos acenos de cabeça, quase como se estivesse a afastar uma mosca. la também não gostou que a bandeira tivesse sido colocada a meia haste.”
E quando se falou em erguer uma estátua da falecida princesa à frente do Palácio de Kensington, Margarida terá rejeitado a ideia. “Ela disse ‘Não vou ter aquela mulher do lado de fora da minha janela,'” escreve Brown. “Ela era uma mulher muito difícil.”