Sarah Ferguson e o príncipe André são exímios a confundir os fãs da coroa britânica: apesar de estarem divorciados há anos parecem ser os melhores amigos de sempre. Mesmo quando o filho da rainha Isabel II é acusado de alegado envolvimento num escândalo sexual sem precedentes, a amizade permanece. Contudo, Fergie, como é carinhosamente tratada pelos mais próximos, confessou na sua autobiografia – “My Story” – o motivo de separação entre os dois.
O casamento em julho de 1986 impressionou muitos daqueles que seguem a vida da realeza britânica pela sua dimensão. Juntos tiveram duas filhas – Eugenie e Beatrice -, tendo-se separado em 1992 e, seguidamente, divorciado em 1996.
Desde então são conhecidos os rumores que o seu romance terá continuado, já que continuam a viver juntos e surgem em clima de cumplicidade em inúmeros eventos.
Apesar de todos esse ambiente feliz, isso não impediu a duquesa de York de se separar do príncipe: “Se alguma vez a família real precisou de descanso foi em agosto de 1992. Mais tarde, a rainha apelidaria de ‘annus horribilis’, o ano das manhãs despedaçadas e da paz destruída”, pode ler-se no livro aubiográfico.
Tudo terá começado com a publicação dos primeiros excertos de “Diana: Her True Story”, no qual a princesa Diana confessou ter passado por situações de bulimia, tentativas de suicídio e problemas com o príncipe Carlos. “Também eu contribuí para isso [‘annus horribilis’]. Desde o início daquele ano [1992] que eu e o André falávamos de separação. Não porque tivéssemos deixado de nos preocupar um com o outro, mas porque eu tinha chegado ao fim da minha fase real. Durante seis anos carreguei nos ombros as exigências da vida do palácio. Sofri o constante escrutínio da imprensa britânica e a hostilidade quase velada da Casa Real, os cortesãos que dirigem o espectáculo. A pouco e pouco, de forma implacável, derrotaram-me. Estavam-me a matar aos poucos… Era tempo de salvar a minha vida”, declara de forma surpreendente.
Sarah enfrentou duras críticas após o divórcio, sendo culpada pela cisão dentro da família real. Em “The Diana Chronicles”, publciado em 2007, a escritora Tina Brown: “A rainha ficou pessoalmente enfurecida com as notícias”, que foram “arruinando as relações de Fergie com o palácio” e que, mais tarde, afetaria gravemente as negociações financeiras durante o divórcio.
O palácio acreditava que “a duquesa tinha difundido informações” e esta chegou a ser acusada de “contratar uma empresa de relações públicas” para difundir informações junto da imprensa.
O livro foi lançado semanas antes daquele que foi escrito sobre a princesa Diana, – ‘Diana: Her True Story’ de Andrew Morton – tendo Sarah Ferguson sido alegadamente usada como distração das revelações inéditas sobre a “princesa do povo”. A obra sobre a mãe de William e Harry continuaria a causar incontáveis problemas a Diana no seio da família real.
Contudo, Tina Brown defende: “A duquesa nunca suspeitou que Diana pudesse ser a fonte dessas informações.” Sarah Ferguson terá acordado, durante o processo de divórcio, receber 7,87 milhões de euros em troca do seu silêncio. Contudo, e durante a batalha judicial, Fergie opôs-se ao acordo de confidencialidade, ao contrário da princesa Diana, que no mesmo ano viria a receber 19,12 milhões de euros.
Foi a ausência dessa cláusula no contrato que permitiu à mãe de Eugenie e Beatrice continuar a ganhar dinheiro com as obras publicadas e com as suas presenças nos meios de comunicação social, ocasiões em que fala sobre a sua vida na realeza.