Esta terça-feira, 5 de novembro, o príncipe Carlos esteve em Herefordshire para inaugurar oficialmente o Festival Gilpin 20, comemorando assim o local onde nasceu o turismo britânico. O filho da rainha Isabel II surgiu feliz, aparentemente alheio ao escândalo conhecido pouco antes no qual está envolvido, ainda que de forma involuntária.
A origem da polémica reside nas recentes declarações do pintor americano, Tony Tetro, especialista em falsificações. O homem, que cumpre pena de prisão há vários meses por crimes de falsificação ocorrido em 1993, afirmou ser responsável por algumas das pinturas presentes no interior de Dumfries House, uma propriedade adquirida pelo Príncipe de Gales e que, atualmente, alberga a The Prince’s Foundation, uma organização que o filho da rainha criou em 1986.
De acordo com as declarações de Tetro ao “Daily Mail”, tratam-se de pinturas de Monet, Picasso e Dalí, avaliadas em mais de 100 milhões de euros e emprestadas uma vez à fundação pelo empresário James Stunt, ex-marido de Petra Ecclestone e genro de Bernie Ecclestone, o magnata da Fórmula 1. O artista diz que quando vendeu as suas pinturas a Stunt ele sabia que o autor não era Monet, Picasso nem Dalí, estando por isso ciente de que estas eram imitações feitas por Tetro.
“A Dumfries House aceita obras de arte como um empréstimo ocasional de indivíduos e organizações. É extremamente lamentável que a autenticidade dessas pinturas, que não são mais expostas hoje em dia, seja posta em causa”, disse um porta-voz da a fundação ao jornal mencionado.
Por seu lado, o falsificador também falou abertamente sobre o tema: “Pode impressionar os seus amigos com minhas pinturas, decorar a sua casa com eles, mas eles não passariam pelo escrutínio de um especialista. Não quero fazer parte disto. Dizem-me que essas pinturas foram para a Dumfries House. Não há qualquer dúvida sobre isto, James sabia que eles eram meus”, revelou. No entanto, o empresário nega esse ponto, uma vez que os documentos do empréstimo mostram uma certificado de autenticidade pelo Instituto Wildenstein.
Apaixonada por arte, Carlos vê-se assim envolvido neste escândalo indiretamente, já que nada tem a ver com a verificação de autenticidade das obras.