Desde que Harry e Meghan anunciaram o desejo de afastamento dos seus papéis como membros sêniores da Família Real, muito se especula sobre os motivos que levaram o casal a tomar tal decisão. E a má relação dos duques de Sussex com a imprensa britânica pode estar entre as razões.
Foi no documentário transmitido pela ITV e produzido por Tom Bradby, “Harry e Meghan: uma viagem africana”, que Meghan e Harry falaram abertamente sobre a pressão mediática que sofrem. “Sempre que vejo uma câmara, sempre que oiço um clique, cada vez que vejo um ‘flash’ … isso faz-me lembrar [a morte da mãe]. É a pior lembrança”, afirma Harry, que perdeu a mãe quando tinha apenas 12 anos. O filme deixa explícito o medo do príncipe de que a mulher sofra do mesmo tipo de perseguição, a qual Meghan sentiu de forma evidente na gravidez. “Qualquer mulher, especialmente quando está grávida, é vulnerável, por isso tornou-se bastante desafiante. E depois, quando temos um recém-nascido, sabe. Especialmente enquanto mulher, é demasiado. Porque se adiciona isto ao facto de estar apenas a tentar ser mãe ou uma recém-casada. Obrigada por perguntar porque muito poucas pessoas me perguntaram se estava bem. Mas é algo muito real, passar por tudo nos bastidores“.
Depois de divulgado o documentário, o casal informou que entraria na justiça contra o jornal britânico “Daily Mail” “pela publicação intrusiva e ilegal de uma carta privada escrita pela duquesa de Sussex”. Em outubro 72 parlamentares do Reino Unido escreveram uma carta aberta solidarizando-se com a situação da duquesa de Sussex.
E não é preciso procurar muito para encontrar exemplos da forma diferente pela qual a imprensa britânica trata os duques de Cambridge e de Sussex. Tanto Kate quanto Meghan foram muito fotografadas com as mãos na barriga durante o período em que estavam grávidas. Se no caso de Kate, o “Daily Mail” caracteriza o toque como ternurento, Meghan foi chamada de “orgulhosa e vaidosa” pelo mesmo jornal. Já no caso dos batizados de Louis e Archie, a publicação dá tons diferentes para o facto de a rainha Isabel II não ter participado dos eventos. Na celebração do filho de William e Kate, a “rainha perde o grande dia”, enquanto que no caso do filho de Harry e Meghan, os duques marcaram a data num dia em que a rainha “já estava ocupada”.
Outro exemplo flagrante diz respeito às flores dos buquês de noiva de Kate e Meghan. Se para o jornal “Express” a duquesa de Cambridge levou “um buquê elegante e discreto”, a duquesa de Sussex colocou “a vida da princesa Charlotte em risco”. Ambos os buquês tinham na sua composição o lírio do campo, flor que o jornal afirma ser tóxica se ingerida.
E se Kate foi muito elogiada pelo “Mirror” quando surgiu com a rainha sem usar um chapéu, Meghan não foi poupada pelo jornal, que afirma que a duquesa “quase entrou numa grande confusão”. E nem os maridos das duquesas saem ilesos. O “The Sun”, outro tabloide britânico que costuma cobrir a realeza, considera a atitude de William de desafiar a tradição real de manter-se firme e falar sobre saúde mental um acto de defesa do irmão. Mas quando os protagonistas são Harry e Meghan, a manchete muda de tom: “Será que é uma coisa boa?”. Veja as manchetes na galeria acima.