A batalha jurídica que opõe os duques de Sussex ao jornal The Mail on Sunday não começou da melhor forma para os queixosos. Na primeira audiência foi considerada irrelevante pelo juiz grande parte da argumentação apresentada por Meghan e Harry, dado que, de acordo com a sua opinião, a mesma não se aplicava ao que estava a ser julgado: a publicação, por parte do The Mail on Sunday, de uma carta que Meghan enviou ao pai, Thomas Markle, em agosto de 2018.
O tribunal salvaguardou, porém, que o processo poderia ser revisto caso a base legal fosse alterada.
“Não considero que as alegações apresentadas nessa base estejam no âmago do caso, que, no essencial, diz respeito à publicação de cinco artigos que divulgam as palavras e informações extraídas da carta escrita pela requerente ao seu pai em agosto de 2018. Alguns aspetos do caso que denunciei nesta fase podem ser revistos se forem colocados em forma adequada “, afirmou o juiz.
Segundo os representantes legais dos duques, o juiz Warby não considerou as alegações de que a publicação agiu “desonestamente”, ao deixar de fora certas passagens da carta. O juiz também não considerou o argumento de que a editora tinha “deliberadamente” criado questões entre Meghan e seu pai, e que existia uma “agenda” para publicar histórias intrusivas ou ofensivas sobre a duquesa. Justice Warby afirmou que essas alegações não deveriam fazer parte do processo neste estágio, porque eram “irrelevantes” para as reinvindações por uso indevido de informações privadas, violação de direitos autorais e violação da Lei de Proteção de Dados.
Um porta-voz da Duquesa de Sussex afirmou sobre a decisão que “os elementos principais deste caso não mudam e continuarão a avançar. Os direitos da Duquesa foram violados. Como parte desse processo, a forma como o The Mail On Sunday usou táticas distorcidas, manipuladoras e desonestas para atacar a Duquesa de Sussex,foram expostas”. E continuou: “Embora o juiz reconheça que há uma reivindicação por violação de privacidade e direitos autorais, estamos surpresos ao ver que sua decisão sugere que o comportamento desonesto não é relevante. Sentimos que a honestidade e a integridade estão no cerne do que é importante. No entanto, respeitamos a decisão do juiz, pois o forte argumento contra a Associated Press continuará a ser a questão de uma carta particular, íntima e escrita à mão, de uma filha ao seu pai, ter sido publicada pelo The Mail On Sunday. Essa violação grave do direito de qualquer pessoa à privacidade é óbvia e ilegal, e o The Mail on Sunday deve ser responsabilizado pelas suas ações “.