No final de março a imprensa britânica avançou a notícia de que o príncipe Carlos tinha contraído o novo coronavírus. “Tem sintomas leves e tem estado a trabalhar em casa nos últimos dias”, comunicou então o palácio, numa altura em que tanto o príncipe de Gales como a duquesa da Cornualha se encontravam na Escócia, onde o herdeiro da coroa britânica cumpriu o isolamento.
Agora, quase dois meses e meio após ter sido infetado, o príncipe concedeu uma entrevista à Sky News, onde falou sobre os dias que passou em quarentena. “No meu caso tive sorte e curei-me depressa. Mas tive [o novo coronavírus] e consigo entender aquilo que outras pessoas passaram. Sinto-me especialmente mal por aqueles que perderam os seus entes queridos e não puderam estar com eles nesse momento”, começou por dizer Carlos.
“Para mim isso é o pior. Para evitar que isto aconteça a mais gente estou decidido a encontrar uma saída. No consigo dizer o quanto simpatizo com a forma como todos estão a suportar este momento incrivelmente difícil e desafiante”, continuou o príncipe.
O filho mais velho da rainha Isabel II, que sempre se interessou pelas causas ambientais, também reconheceu que desde que começou a pandemia o seu espírito ecológico se intensificou. “As pessoas começaram a perceber que precisamos de colocar a natureza no centro de tudo o que fazemos e também no centro da nossa economia. Antes de a natureza ser relegada, explorámos, desenterrámos e cortámos tudo como se não houvesse amanhã, como se isso não importasse. Quanto mais destruímos o mundo natural, mais destruímos a biodiversidade e mais nos expomos a esse tipo de perigo. Isso deixa-me mais determinado a lutar e elevar a minha voz”, explicou ainda o príncipe durante a conversa.