
Esta segunda-feira, dia 3 de agosto, a Casa Real de Espanha tornou pública uma carta na qual o rei Juan Carlos comunicou ao filho, Felipe VI, a sua decisão de se exilar. Ao longo da carta, o monarca explica os motivos da sua decisão de viver fora de Espanha, neste momento particularmente delicado.
Cabe recordar que há menos de dois meses que o Supremo Tribunal está a investigar um caso de alegada corrupção, no qual pretende aclarar o destino de 80 milhões de euros que, de acordo com a empresária Corina Larsen, se terão repartido entre várias pessoas, uma das quais o rei Juan Carlos, após a construção da linha ferroviária de alta velocidade que une Medina a Meca, na Arábia Saudita, em 2011.
“Com o mesmo desejo de serviço a Espanha que inspirou o meu reinado e diante da repercussão pública que certos eventos passados da minha vida privada estão a gerar, desejo manifestar a minha maior disponibilidade para contribuir para facilitar o exercício das tuas funções, com a tranquilidade e sossego que requer a tua alta responsabilidade. O meu legado e a minha própria dignidade como pessoa, é o que me exigem”, começa por dizer a carta de Juan Carlos.
“Há um ano expressei a minha vontade e desejo de deixar de desenvolver atividades institucionais. Agora, guiado pela convicção de prestar o melhor serviço aos espanhóis, às suas instituições e a ti como Rei, comunico a minha ponderada decisão de mudar-me, neste momento, para fora de Espanha. Uma decisão que tomo com profundo sentimento, mas com grande serenidade. Fui Rei de Espanha durante quase quarenta anos e, durante todos eles, sempre quis o melhor para Espanha e para a Coroa”, concluiu.