Na passada segunda-feira, dia 3 de agosto, o rei Juan Carlos anunciava ao filho – e ao mundo – a sua intenção de abandonar Espanha para residir no estrangeiro, uma posição tomada depois de ter sido tornado público que o rei emérito poderá ter recebido uma comissão, após a construção do comboio de alta velocidade que liga Meca a Medina ter sido adquirida por um consórcio espanhol. A revelação foi feita por Corinna Larsen, alegada ex-amante de Juan Carlos.
Mais tarde soube-se que o pai de Felipe VI teria saído de Espanha no mesmo dia em que o comunicado fora tornado público. No entanto, a Casa Real não divulgou o país para o qual o rei se mudou nem durante quanto tempo o queria fazer e desde então a imprensa internacional avançou com várias possibilidades, sendo que a mais provável seria que o rei tivesse viajado para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Agora o jornal espanhol El Mundo garante que Juan Carlos de Espanha irá mudar-se para Cascais no final do verão, localidade onde viveu durante parte da infância e adolescência. Para esta “Operação Cascais”, como ´já denominada, a publicação espanhola afirma que o rei emérito conta com a ajuda de três figuras portuguesas, João Manuel Brito e Cunha, Lili Caneças e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que já veio rejeitar qualquer envolvimento nesta ‘operação’, enfatizando que não falou com o monarca sobre a sua saída de Espanha.
Viver em Cascais traz algumas vantagens a Juan Carlos, desde logo a proximidade com Madrid. Quando deixou Espanha levantaram-se vozes afirmando que estaria a fugir à justiça. No entanto, ao viver em Portugal, isso faria com que o rei pudesse apresentar-se rapidamente na capital espanhola, caso os tribunais o convocassem para prestar declarações, mostrando a sua inteira disponibilidade para lidar com qualquer processo no qual se visse envolvido, tal como já tinha informado o seu advogado, Javier Sánchez-Junco, que sublinhou que o rei “permanece em qualquer circunstância à disposição para qualquer trâmite ou ato que se considere oportuno”, ainda que resida fora de território espanhol.
De acordo com a publicação espanhola, que cita fontes do município de Cascais, o empresário, a socialite e o Presidente estarão a ajudar o rei a encontrar uma casa para onde este se possa mudar proximamente. No caso específico do Presidente da República, o jornal espanhol justifica que a visita de Marcelo ao Palácio da Zarzuela, no passado dia 21 de julho, um ato sem aviso prévio e do qual se desconhece o motivo, poderá ter servido para que o chefe de Estado português conversasse sobre esta mudança com Felipe VI, algo que Marcelo Rebelo de Sousa já veio desmentir, garantindo que falaram de “tudo menos disso”.
Quem já se mostrou entusiasmado com a vinda de Juan Carlos para Portugal – e a deu como certa – foi o antigo jogador e empresário Luís Figo, que através de uma publicação no Twitter, deu as boas-vindas ao rei, aproveitando para criticar Pablo Iglesias, líder do Podemos e um firme opositor à forma como o caso tem sido conduzido desde que o monarca abandonou o país. “Bem-vindo, sua Majestade, aqui não há rabos de cavalo”, escreveu o antigo atleta, numa alusão ao penteado usado por Iglesias.