Poucos noivados reais sofreram tantos ‘percalços’ como o da princesa Mako do Japão. Numa Casa Imperial na qual todos os acontecimentos seguem o mesmo rigoroso protocolo, as notícias só são comunicadas quando todos os detalhes estão acertados. No entanto, com o casamento da filha mais velha do príncipe herdeiro, os planos não saíram como o previsto.
Agora, quando o casal deveria estar celebrando o seu segundo aniversário de casamento, inicialmente previsto para 2018, o príncipe herdeiro Akishino, pai da noiva e irmão do atual imperador, mostra não se opor ao enlace, mas coloca algumas imposições. “Eu aprovo que se casem. A Constituição diz que o casamento se baseia unicamente no consentimento mútuo de ambos os géneros. Se isso é o que realmente querem, então creio que é algo que como pai devo respeitar”, começou por dizer o príncipe, na conferência de imprensa que concedeu por ocasião do seu 55º aniversário, no passado dia 30 de novembro.
Até aqui, a declaração do pai da noiva parecia ser uma luz verde para que o casamento se realize. No entanto, Akishino recorda que a família do noivo deve resolver o problema financeiro que tem pendente e que ocasionou o adiamento do enlace. Segundo as palavras do irmão do imperador Naruhito, a questão ainda não se terá solucionado. “Para que todos se convençam e celebrem o matrimónio, é importante que se resolva esse tema”, afirmou.
“No meu ponto de vista, acredito que estão numa situação em relação à qual muita gente não está satisfeita”, informou, no que respeita ao apoio com que Mako conta para se casar com Kei Komuro. “Uma coisa posso dizer com certeza, mesmo que alguma medida seja posta em prática para resolver [o problema financeiro da família Komuro], é necessário que esse esforço seja visível”, acrescentou.
Quando o casamento foi adiado, em fevereiro de 2018, a Casa Imperial avançou como motivo “imaturidade” da parte da princesa e de Kei Komuro, hoje ambos com 29 anos. Pouco depois, alguns meios de informação do país levantaram a questão da situação financeira da família do noivo, e avançaram que estes teriam empréstimos pendentes no valor de 4 milhões de ienes (cerca de 31 mil euros).
Recorde-se que até há pouco tempo era certo que a princesa iria perder o estatuto ao casar-se com alguém que não pertence à família imperial, passando a ser plebeia. No entanto, o governo japonês anunciou recentemente que está a estudar uma forma de garantir que as princesas não tenham que abandonar os seus deveres reais quando se casem. Isto acontece numa altura em que a nova geração de ‘royals’ japoneses é composta por três mulheres e um homem, a filha do atual imperador, Aiko, as duas filhas do príncipe herdeiro, Mako e Kako, e o filho mais novo deste último, o príncipe Hisahito, segundo na linha de sucessão ao trono, atrás do pai.
Caso a lei não seja alterada, tanto a prima como as irmãs de Hisahito perderão o seu estatuto assim que se casarem, pelo que, no futuro, o príncipe ficará sem qualquer apoio familiar para governar.