A rainha Máxima da Holanda deu recentemente uma entrevista à estação de televisão local NPO1, no âmbito das comemorações do seu 50º aniversário, que se celebrou esta segunda-feira, dia 17 de maio.
A partir do seu gabinete no palácio de Huis ten Bosch, a residência oficial da família real em Haia, a monarca esteve á conversa com o jornalista Matthijs van Nieuwkerk, e falou sobre vários aspetos da sua vida privada, como a relação com as filhas, a morte inesperada da sua irmã mais nova, Inés, e a polémica que se gerou há alguns meses com as decisões tomadas pelos reis.
O futuro papel da princesa herdeira, Amália
Durante a conversa, a monarca falou sobre a filha mais velha, a princesa herdeira Amália, de 17 anos, e o papel que a espera no futuro. “Creio que irá conseguir”, afirma, sobre o futuro papel de rainha. “Acredito que encontrará o seu caminho e irá despertar paixões”, partilha ainda a monarca, afirmando, no entanto, que não tem pressa de ver a filha crescer. “Não a vejo como uma futura rainha, ainda olho para ela como a minha bebé”, confessou.
Os estudos no estrangeiro da princesa Alexia e as diferenças entre as três irmãs
Além de Amália, Máxima é ainda mãe de Alexia, de 15 anos, e Ariane, de 14. A princesa Alexia vai ser colega de escola da princesa Leonor de Espanha no próximo ano letivo. Ambas têm a mesma idade, vão estudar no País de Gales, no UWC Atlantic College, e vão viver juntas uma etapa totalmente nova nas suas vidas. Quando questionada sobre o porquê de a filha ter decidido ir estudar no estrangeiro, a rainha explicou que essa era já uma vontade da jovem princesa. “Tinha essa curiosidade e quer descobrir coisas novas e conhecer novas pessoas”, explicou, referindo ainda que, depois deste ciclo de estudos de dois anos, Alexia deverá regressar à Holanda para prosseguir com os estudos superiores no seu país de origem.
Já sobre a terceira filha, Ariane, Máxima contou que a princesa é “incrivelmente doce, muito feminina e ao mesmo tempo muito poderosa”. Nos atos oficiais pode ver-se que a mais nova é também a mais tímida das três. De facto, todas têm personalidades bastante diferentes, apesar da pouca diferença de idades. “É incrível ver como três filhas nascidas em apenas três anos e meio podem ser tão diferentes”, reconheceu a monarca.
A morte da irmã mais nova
Em junho de 2018, a rainha perdeu a irmã mais nova, Inés Zorreguieta, que foi encontrada sem vida no seu apartamento. Tinha então 33 anos e de acordo com as informações dadas pela polícia, tratou-se de um suicídio.
Na entrevista que concedeu esta segunda-feira, a monarca reconheceu que se questionou várias vezes sobre se poderia ter feito mais alguma coisa para evitar o trágico desfecho. “Tentámos guiá-la o melhor que conseguimos, mas a verdade é que não somos profissionais”, explicou. “Não esteve bem nos últimos sete ou oito últimos anos de vida, mas não sabíamos como ajudá-la, Tinha uma depressão e um transtorno de personalidade e achou que era a única saída”, acrescentou ainda, salientando a importância de detetar e tratar a tempo os problemas relacionados com a saúde mental. “Quando alguém se suicida não há só tristeza e frustração, há também medo e vergonha. É um pouco mais complicado [de lidar] do que uma morte normal“, indicou, sublinhando ainda que “há ainda muito por fazer” para ajudar as pessoas que se encontrem a passar por situações desta natureza.
A queda de popularidade dos reis
No ano passado, durante um período em que o governo holandês pediu aos cidadãos que não viajassem para fora do país, devido ao aumento de casos de Covid-19, os reis aproveitaram as férias para viajarem para a Grécia, uma deslocação que se tornou muito polémica e que fez cair a pique a popularidade dos monarcas. Apesar de terem regressado quase de imediato e de terem feito um vídeo a pedir desculpa aos holandeses pelo sucedido, muitas continuam a ser as vozes de desaprovação. “Foi um erro de julgamento que pareceu pouco solidário”, afirmou a rainha sobre a viagem, mostrando arrependimento.
De salientar que, no mesmo ano, os reis envolveram-se ainda noutra polémica, ao adquirirem um iate de luxo em plena época de crise provocada pela pandemia.