Foi a 3 de agosto de 2020 que o rei Juan Carlos comunicou aos espanhóis a sua decisão de deixar o país. A notícia marcou um antes e depois na monarquia e gerou muitas especulações sobre os motivos que teriam levado o rei emérito a sair de Espanha e sobre o destino que o iria acolher. Duas semanas mais tarde, o palácio da Zarzuela dava conta de que o antigo monarca estaria em Abu Dhabi, onde ficaria temporariamente.
O rei escreveu uma carta onde comunicava a sua “decisão pensada”, tomada com “profundo sentimento, mas com grande serenidade”, procurando “o melhor para Espanha e para a Coroa”. Dois meses mais tarde era divulgada a informação de que o Supremo Tribunal levava a cabo uma investigação, depois de ter sido aberto um processo no final de 2018 que visava clarificar o destino de cerca de 80 milhões de euros que, de acordo com Corinna Larsen, alegada ex-amante do rei emérito, teria sido dividido por um grupo de pessoas, entre as quais figurava Juan Carlos, devido à adjudicação do comboio de alta velocidade que liga Meca a Medina por empresas espanholas em 2011.
Já em dezembro do ano passado, um advogado do rei emérito informou que Juan Carlos tinha pago uma dívida de 678.393,72 euros à autoridade tributária e dois meses mais tarde pagou outro montante, num total “de 4.395.901,96 euros, incluindo juros e taxas”, referiu novamente o seu advogado. Após estes comunicados, a imprensa estrangeira começou a especular sobre um possível regresso do rei a Espanha. No entanto, um ano após deixar o país, não há ainda previsão de uma data para voltar a Madrid.
Com o monarca estará agora a infanta Elena, sua filha mais velha, que terá viajado para os Emirados Árabes Unidos recentemente.