Ernst de Hannover tem vivido dias calmos e de alegria. O ainda marido de Carolina do Mónaco encontrou novamente o amor ao lado da artista espanhola Claudia Stilianopoulos e tem estado em Madrid, onde na semana passada foi visto num passeio em família no Parque do Retiro, com o filho Christian, a nora Alessandra de Osma e os dois netos gémeos, Nicolas e Sofia, uma tarde onde o chefe da casa de Hannover foi fotografado a andar de trotinete.
Agora parece que esses dias de aparente felicidade serão interrompidos por uma deslocação ao tribunal, devido ao litígio que mantém com o seu filho mais velho, Ernst August, e que envolve o património da família. No próximo dia 25 de novembro ambos terão que se apresentar no Tribunal Regional de Hannover. De recordar que entre 2004 e 2007 Ernst de Hannover doou ao filho mais velho as propriedades históricas das família, entre as quais se encontram o Castelo de Marienburg, o Castelo de Calenberg e o Palácio do Príncipe, todas localizadas na Baixa Saxónia, na Alemanha.
Desde então pede que a doação seja revogada, alegando “ingratidão” por parte do filho. No final de 2020, apresentou em tribunal um pedido que exige que o filho lhe devolva o património, alegando “grave ingratidão”, enriquecimento injusto e perda da base de negócio, de acordo com informações avançadas pela revista alemã Bunte.
Ernst de Hannover mantém a tese de que o filho tomou indevidamente o controlo da fortuna da casa de Hannover, tendo-o destituído do cargo de presidente da fundação Duque de Cumberland, e planeando a doação do Castelo de Marienburg ao estado federado alemão da Baixa Saxónia, atitudes tomadas contra a vontade do pai. Além disso, Ernst acusa ainda o filho de tê-lo feito assinar “às cegas” uma procuração que anula o seu direito que revogar a doação e de ter-se apropriado de forma indevida de obras de arte e antiguidades do património familiar, procedentes da Biblioteca Duque August de Wolfenbüttel e do Museu da História de Hannover, em valores que ascendem aos cinco milhões de euros.
Já o príncipe herdeiro, de 38 anos, nega as acusações, de acordo com o tribunal. Em fevereiro declarou que o processo não tinha fundamento e que as acusações nele contidas eram falsas. A princípio, Ernst August queria vender a antiga residência de verão da família ao setor público por um preço simbólico de um euro, mas depois da objeção do pai o acordo com o Governo da Baixa Saxónia não avançou. Posteriormente, o palácio e o inventário foram transferidos para a fundação Duque de Cumberland.
“A solução da fundação encontrada com o Estado da Baixa Saxónia é legalmente segura; nada se interpõe no caminho da preservação a longo prazo de Marienburg como monumento cultural central da Baixa Saxónia, que continua acessível ao público para todos”, explicou Ernst August, segundo a mesma revista alemã.
A má relação entre pai e filho é já bastante conhecida. Ernst de Hannover não esteve presente no casamento do filho em 2017 com Ekaterina Malysheva, um enlace que disse publicamente não aprovar, por considerar que o casal iria destruir a fortuna familiar. Até hoje, Ernst de Hannover recusa-se a reconhecer o neto August, filho de Ernst August, como legítimo herdeiro da Casa de Hannover.
Recorde-se que Ernst de Hannover, de 67 anos, atravessa agora uma fase mais tranquila na sua vida, depois de no verão de 2020 ter sido detido duas vezes por queixas de agressão e ofensas, tendo passado depois um período numa clínica de desintoxicação.