A nuvem cinzenta que tem ensombrado o príncipe André, que continua a negar qualquer implicação no escândalo sexual que o associa a Epstein, acaba por afetar toda a família, e as duas filhas, as discretas princesas Beatrice, de 33 anos, e Eugenie, de 31, não são, naturalmente, imunes a tudo isto. Fontes do palácio asseguram que, apesar de ambas se sentirem angustiadas por verem o nome do pai associado a um caso de abusos sexuais, tanto Beatrice como Eugenie fazem questão de mostrar o seu total apoio ao príncipe, com quem sempre mantiveram uma relação de grande cumplicidade, que nunca pareceu afetada pelo divórcio dos pais (separaram-se em 1992, ainda as filhas tinham quatro e dois anos, e oficializaram o divórcio em 1996, exatamente dez anos depois do casamento), até porque a mãe, Sarah Ferguson, nunca se afastou realmente do ex-marido, continuando a viver na mesma propriedade.
Publicamente, ambas fazem por deixar transparecer uma aparente calma e normalidade, de forma a protegerem a sua própria imagem, assim como a da família real de Inglaterra. A dignidade com que têm vivido estes momentos tão delicados sustenta-se, em muito, na dedicação e na forma como pretendem proteger a avó e a própria Coroa, mas faz-se também do amparo que fornecem uma à outra e da boa relação que alimentam enquanto irmãs.
Há, contudo, especialistas reais que defendem que ambas gostariam de assumir mais funções no seio da monarquia, cenário esse que está por agora afastado, dadas as acusações de que o pai é alvo. Ainda assim, e mesmo sendo essa a vontade das princesas, Beatrice e Eugenie não demonstram insatisfação nas funções que ocupam no espaço da família real, até porque ambas têm carreiras firmadas em outras áreas, não dependendo financeiramente da Coroa. Ou seja, apesar de serem princesas e de pertencerem à linha de sucessão ao trono, as duas irmãs não são consideradas membros seniores da família real – esses membros trabalham a tempo inteiro em nome da Coroa e podem representar a rainha em qualquer evento ou ato oficial sempre que esta o solicite. Neste sentido, as filhas do duque de York não recebem diretamente uma pensão dos contribuintes, embora sejam pagas pelas diversas atividades e eventos em que participam ao serviço da monarquia. Tal como Beatrice já afirmou publicamente, tanto ela como a irmã têm tentado construir as suas próprias carreiras, a par das suas vidas pessoais, enquanto são princesas e desempenham um papel público no seio da família real. Talvez por isso, e sobretudo nesta fase mais delicada, as duas se mostrem muito dedicadas às suas vidas privadas, mas também às causas sociais que abraçam há vários anos.
Beatrice foi mãe há quatro meses, de Sienna Elizabeth, estando agora a gozar a sua licença de maternidade. A princesa, que é vice-presidente da empresa de software Afiniti, é casada há um ano e meio com o empresário italiano Edoardo Mapelli Mozzi. Já a irmã, Eugenie, também está a desfrutar da experiência da maternidade, tendo sido mãe há quase um ano do pequeno August Philip. Casada há três anos com Jack Brooksbank, gestor de um bar e embaixador da marca de bebidas criada por George Clooney e Rande Gerber, a princesa continua a prosperar enquanto diretora da galeria de arte Hauser & Wirth, sendo cofundadora da The Anti-Slavery Collective, uma organização de cariz solidário que tem o intuito de reconhecer e terminar com situações de escravatura no mundo atual. No âmbito do trabalho que faz nesta associação, a princesa anunciou recentemente a criação de um podcast. Os primeiros episódios, segundo o Daily Mail, foram gravados na sua residência, em Frogmore Cottage.
Do futuro próximo espera-se que se mantenham ambas dedicadas à família e às respetivas profissões e provavelmente menos expostas na vida pública e na representação da Coroa britânica, encontrando um ponto de equilíbrio que lhes permita apoiar o pai sem sofrerem danos na imagem pública.