
Esta terça-feira, dia 10, aconteceu a abertura do Parlamento britânico, um momento que, por tradição, conta com a presença do monarca em funções. Contudo, este ano Isabel II faltou a esse momento, sendo substituída pelo filho herdeiro, o príncipe Carlos, e pelo neto princípe William.
“A rainha continua a ter problemas esporádicos de mobilidade e, após consultar os seus médicos, decidiu relutantemente que não comparecerá amanhã à Abertura Estatal do Parlamento. A pedido de sua majestade, e com o acordo das autoridades competentes, o príncipe de Gales lerá o discurso da rainha. O duque de Cambridge também estará presente”, dizia o comunicado emitido pelo Palácio de Buckingham.
Robert Lacey, historiador e especialista na família real britânica, comentou esta ausência em entrevista à revista “People”. Segundo Lacey, o facto de ter Carlos ter assumido o papel da mãe e ter-se feito acompanhar pela mulher, Camilla, foi “um momento de enorme significado”. Uma situação bem ponderada pela rainha de 96 anos: “Pedir ao filho Carlos e a William que vão no lugar no dela é uma clara alusão ao processo de sucessão, uma forma de reforçar a ideia de parceria e trabalho de equipa”. O especialista diz ainda que a presença de Camilla não foi uma estratégia inocente de Isabel II:“Ela está claramente a pensar no futuro e este pode ser mais uma situação em que demonstra o seu desejo de que Camilla venha a ser rainha consorte”.

Contudo, o especialista chama a atenção para o facto de não termos assistido a uma transferência de poderes por incapacidade. “A rainha continua totalmente no controlo das suas faculdades e de tudo o que aconteceu no palácio“, assegura Lacey, continuando: “O problema é a mobilidade física – e isso não é uma questão constitucional que pode levar à transferência de poderes. Ela está no comando.”
Sobre o problema de mobilidade, Lacey destaca que a rainha consegue andar, mas pode estar com medo de tropeçar. “Se isso acontecesse durante um ato público teria um grande peso e ela não se quer colocar em tal situação”, esclarece.
Recorde-se que a rainha Isabel II tem enfrentado alguns problemas de mobilidade desde há uns meses, que ficaram mais evidentes depois de ter contraído covid-19 no início deste ano.