Com a morte de Isabel II, Camilla Parker Bowles torna-se a nova rainha consorte do Reino Unido. Ao lado do rei Carlos III, de 73 anos, Camilla, de 75, irá acompanhar o marido nesta nova era e atenuar a travessia turbulenta que se faz sentir num Reino Unido comovido pela morte da anterior monarca. O rei, recorre à sua companheira de longa data, mulher que toda a vida amou, para o apoiar neste momento de perda. Contudo, Camila nem sempre foi acarinhada pelo povo britânico.
Carlos III, outrora casado com a princesa Diana, sempre viu em Camilla, sua amiga de juventude, o par romântico ideal. Assim, em 1996, quando o casamento entre Carlos e Diana terminou, de forma pouco elegante, com Diana acusando publicamente o marido de manter uma longa relação extraconjugal com Camilla Parker Bowles, o inevitável divórcio aconteceu. Após as confissões, a imagem de Carlos III e de Camila ficaram minadas durante largos anos.
Só mais tarde, a 9 de abril de 2005, é que Carlos e Camilla celebraram a sua união numa cerimónia que dividiu o Reino Unido. De um lado, o atual novo rei, que sempre viu em Camila uma mulher pragmática, realista, voluntariosa, sem medo de chocar os mais conservadores, uma verdadeira companheira nos bons e maus momentos. Do outro lado, uma grande parte do povo britânico, que via Camila como “a outra” e a responsável pela infelicidade da adorada Diana. Só após um longo caminho de conquista e respeito é que Camila saiu das sombras e conquistou o povo britânico.
Há sete meses, nas vésperas da comemoração dos 70 anos de seu reinado, Isabel II, deixou expressa a sua vontade de ver Camila como rainha consorte. Hoje, realiza-se o desejo da antiga monarca. “Quando, na plenitude do tempo, o meu filho Charles se tornar rei, sei que lhe darão, a ele e à sua esposa Camila, o mesmo apoio que têm dado a mim; É meu desejo sincero que, quando chegar a hora, Camila seja conhecida como rainha consorte, enquanto continua seu próprio serviço leal”, referiu Isabel II no testamento.
Camilla, que entrou na família real há mais de 15 anos, reinventou-se e deixou no passado o epíteto de mulher da realeza mais odiada de Inglaterra. Hoje, o Reino Unido parece disponível para a aceitar como rainha consorte, um apoio forte e necessário para Carlos III, que sobe ao trono com o peso de um legado inatingível.