A princesa Ana é um dos membros da Casa Real com mais atos oficiais cumpridos nos últimos anos, tendo alcançado cerca de 400 só em 2021. Desde os 18 anos assumiu os seus deveres reais e passou a trabalhar para a Coroa, apoiando a mãe e o irmão mais velho, o então príncipe Carlos, representando a rainha em numerosos atos oficiais no Reino Unido e no estrangeiro, tendo-se tornado num pilar para Isabel II ao longo dos anos.
Agora, com a morte da monarca, qual passa a ser o seu papel dentro da família real? Desde há alguns anos, o agora rei Carlos III deixou clara a vontade de ter uma monarquia reduzida, centrada em si, na rainha Camilla e nos então duques de Cambridge (agora príncipes de Gales). No entanto, com a subida ao trono, explicou que vai deixar de poder apoiar muitas das organizações de caridade de que era padrinho até agora, pelo que essas poderão ser funções ocupadas pelos irmãos Ana e Eduardo, que tem também um futuro incerto dentro da família. Já o príncipe André deverá continuar afastado da vida pública.
Apesar de ocupar apenas o 16º lugar na linha da sucessão ao trono britânico, atrás dos dois irmãos mais novos e dos seus filhos (e netos, no caso do príncipe André), Ana sempre teve um papel de relevo dentro da família. A mãe concedeu-lhe o título de Princesa Real, que ela só perderá quando morrer, e desde nova destacou-se por vários motivos, como o facto de ser desportista (tendo até participado nos Jogos Olímpicos de Montreal) e também a única mulher da família a usar farda militar.
Foi Ana quem tornou Isabel II e o duque de Edimburgo em avós, com o nascimento primeiro do filho, Peter, e depois da filha, Zara, tendo em seguida recusado os títulos de príncipe e princesa para ambos. Sabendo que nunca (ou muito dificilmente) ‘correria o risco’ de ocupar o trono, tomou essa decisão como forma de proteger os filhos dos holofotes e dar-lhes uma vida mais tranquila.
Nas cerimónias fúnebres da mãe, envergando a farda militar, Ana ganhou um papel de destaque ao lado dos três irmãos, ao participar em momentos que até então estavam apenas reservados aos homens, como a Vigília dos Príncipes e o Cortejo Fúnebre.
Tendo sempre mantido uma relação próxima com o irmão mais velho, é expectável que, aos 72 anos, Ana mantenha funções semelhantes às que desempenhou até hoje e que acumule algumas das que eram desempenhadas por Carlos III até ter subido ao trono, no passado dia 8 de setembro.