Após o escândalo sexual que envolveu o magnata americano Jefffrey Epstein e o príncipe André de Inglaterra, em janeiro deste ano a rainha Isabel II decidiu retirar ao filho todas as suas funções reais e negar-lhe o uso do tratamento de Alteza Real. No entanto, apesar de afastado da vida pública desde 2019, e de ter sido privado dos seus títulos militares e dos patrocínios reais, durante os dias que se seguiram à morte da mãe, a 8 de setembro, e até ao enterro desta, a 19, o duque de York esteve em pé de igualdade com os seus três irmãos, partilhando com eles em público este momento de luto.
Apesar de parecer que esta seria uma boa ocasião para o regresso do príncipe à vida pública, o especialista real Nick Bullen afirmou à Fox News Digital que a vida do irmão de Carlos III enquanto membro da realeza está “verdadeiramente acabada” e que o novo rei não pretende que o irmão venha a assumir de novo um papel na monarquia britânica.
André deverá continuar a viver na residência real de Royal Lodge, mas deverá permanecer longe dos holofotes. “Não o veremos muito mais nas próximas semanas e meses”, frisou o comentador, acrescentando: “Não acredito que o príncipe André faça parte dos planos do rei para o futuro da monarquia. O rei foi muito claro ao dizer que quer uma monarquia reduzida. Está concentrado nos herdeiros imediatos. Ter os netos, o príncipe George e a princesa Charlotte, no funeral da rainha foi uma mensagem muito clara – este é o futuro.”
Bullen realçou ainda que “já não existe um papel para o príncipe André. Não irá receber nenhum de seus títulos militares de volta e não vai ser um membro da realeza trabalhadora de novo. Por isso, acho que não o veremos muito em público”.
Entretanto, contactado pelo Daily Mail , um porta-voz do príncipe recusou comentar as alegações de Nick Bullen: “Não iremos comentar as declarações de todos os autoproclamados ‘especialistas reais’‘.”
Recorde-se que o filho da falecida rainha britânica foi acusado de abuso sexual pela americana Virgínia Roberts Giuffre, num caso que remonta a uma altura em que esta era ainda menor de idade e que envolveu Epstein, que foi acusado por crimes sexuais contra menores, morrendo na prisão em agosto de 2019. Nesse mesmo ano, a imagem pública do duque de York ficou ainda mais prejudicada após uma entrevista a Emily Maitlis para o programa “Newsnight”, da BBC. Nessa entrevista, André procurou, sem sucesso, justificar a sua amizade com Epstein, o que acabou por não o beneficiar. Durante este período conturbado e polémico, o príncipe contou com o apoio das suas duas filhas, as princesas Beatrice e Eugenie, e da ex-mulher, Sarah Ferguson.
O caso acabou por ser encerrado em março passado, com um acordo extrajudicial que implicou que o príncipe desse a Giuffre uma indemnização de 14,3 milhões de euros, parte da qual paga com dinheiro da rainha.