Na última semana a rainha Margarida da Dinamarca surpreendeu ao anunciar que iria retirar os títulos de príncipes e de Altezas aos filhos do príncipe Joaquim, o seu filho mais novo. A partir de 1 de janeiro de 2023, Nikolai, Félix, Henrik e Athena passam a ser conhecidos apenas como condes e condessa de Monpezat – título que pertencia ao seu falecido avô, o príncipe Henri – e a ter tratamento de Excelência.
O anúncio não caiu bem ao príncipe Joaquim, que já se pronunciou sobre o caso, nem aos filhos. Já a princesa herdeira Mary, mulher do príncipe Frederico, mostrou estar ao lado da sogra e afirmou que quando a altura chegasse também os títulos dos seus filhos seriam revistos.
A decisão da rainha Margarida vai ao encontro das decisões tomadas por outras monarquias, que parecem querer ter cada vez mais um núcleo central reduzido. E esta decisão pode ter eco também no Reino Unido, uma vez que o desejo de um grupo de membros ativos restritos é também o desejo do rei Carlos III.
Quando se afastaram dos deveres reais, Harry e Meghan perderam o estatuto de Altezas Reais, mas a rainha Isabel II decidiu que ambos mantivessem os títulos de duques de Sussex e Harry pudesse continuar a ser príncipe.
Com a morte da monarca e a subida ao trono de Carlos, a situação poderá mudar. Para começar, e por decisão do bisavô do atual monarca, o rei George V, em 1917, foi escrito que “os filhos de qualquer soberano e os filhos dos seus filhos terão direito a todo o momento ao título de Alteza Real e ao título de príncipe ou princesa antes dos seus respetivos nomes de batismo ou títulos honoríficos”. Isto significaria que, com a subida de Carlos ao trono, Archie e Lilibet, os filhos de Harry e Meghan, deveriam já ter recebido os títulos de príncipe e princesa, o que não aconteceu.
É possível que o monarca britânico decida seguir o exemplo da sua homóloga dinamarquesa e restrinja estes direitos àqueles que um dia vão reinar e aos seus descendentes, ou seja, neste caso a William, o príncipe de Gales, e aos seus três filhos. Carlos III pode ainda ir mais longe e decidir retirar o título de príncipe ao filho mais novo, uma vez que este já não trabalha para a Casa Real.
Recorde-se que com a decisão tomada, a rainha Margarida retirou os títulos a quatro dos seus oito netos, uma decisão que acentua ainda mais o clima de tensão e afastamento que já parecia existir entre a família do príncipe Joaquim e a rainha e a família dos príncipes herdeiros.