Uma assessora do Palácio de Buckingham foi afastada do cargo, depois de ter tido um comportamento racista durante o evento organizado pela rainha Camilla esta terça-feira, dia 29, que reuniu várias figuras da realeza, assim como de diversas organizações ligadas aos direitos das mulheres.
Ngozi Fulani, que fundou a instituição de caridade Sistah Space, tornou-se ‘viral’ depois de ter usado a sua conta no Twitter para relatar a desagradável experiência que viveu no Palácio durante o encontro. “Tenho sentimentos confusos sobre a visita de ontem ao Palácio de Buckingham. 10 minutos depois de chegar, uma funcionária, Lady SH, aproximou-se de mim e desviou o meu cabelo para ver o meu nome na etiqueta. A conversa abaixo aconteceu. O resto do evento é um borrão [na minha memória]”, escreveu, partilhando depois uma imagem na qual está escrito o diálogo que ocorreu entre ambas.
“De onde é que você realmente é?”, terá questionado insistentemente Lady SH, mesmo depois de Fulani lhe ter respondido que tinha nascido no Reino Unido e que era britânica. A funcionária em questão não desistiu e perguntou expressamente de que país de África é que ela “e os seus” eram originários.
Entretanto, um porta-voz do Palácio de Buckingham já divulgou um comunicado que refere que “a pessoa em questão” se afastou do cargo e gostaria de expressar as suas desculpas. “Levámos este incidente muito a sério e investigámos imediatamente para compreendermos todos os detalhes”, afirmou o porta-voz. “Neste caso, foram proferidos comentários inaceitáveis e profundamente lamentáveis. Entrámos em contacto com Ngozi Fulani sobre este assunto e convidámo-la a revelar pessoalmente tudo o que aconteceu, se ela assim o desejar”, refere ainda o comunicado.
“Entretanto, a pessoa em questão gostaria de expressar as suas sinceras desculpas pelos danos causados, tendo-se afastado do seu cargo honorário com efeito imediato. Todos os membros do staff estão a ser recordados das políticas de diversidade e inclusão que devem manter em todos os momentos”, termina a nota.
Ngozi Fulani voltou a usar novamente as redes sociais para agradecer as mensagens de apoio que tem recebido e sublinhar que não pretende expor o nome da pessoa que praticou o ato racista. “Obrigada a todos pelo apoio. Não é nosso desejo revelar a identidade da pessoa envolvida, é o sistema que precisa de ser revisto. Sim, a pessoa foi ofensiva, mas não adianta nomeá-la e envergonhá-la, isso apenas nos tornaria tão maus quanto ela. Preferimos que isto seja tratado de forma gentil”, refere o tweet.