Tal como acontece com o príncipe Harry, que é o único irmão mais novo daquele que um dia será rei de Inglaterra, o príncipe William, também a princesa Margarida era a única irmã da rainha Isabel II. Mas ao contrário do que acontece com o príncipe de Gales e o duque de Sussex – que têm neste momento uma relação distante – Margarida permaneceu sempre ao lado da irmã.
Nascida em 1930, a condessa de Snowden era quatro anos mais nova que Isabel II e aos 21 anos viu a irmã, que tinham então 25, subir ao trono após a morte do pai de ambas, o rei George VI. Ao longo de décadas, Margarida, que tinha uma personalidade totalmente diferente da da irmã, manteve-se devota de Isabel. “A Lilibet é o meu orgulho e a Margarida é a minha alegria”, costumava dizer o rei, sobre as filhas.
Apesar de nenhuma das duas estar destinada a reinar à época do seu nascimento – recorde-se que eram filhas dos então duques de York – o cenário mudou quando as irmãs eram ainda crianças e o tio, Edward VIII, abdicou do trono, ficando a Coroa nas mãos do irmão Jorge VI, o que fez da sua filha mais velha, Isabel, a primeira na linha de sucessão ao trono.
Na altura da morte do pai, Isabel deixou de ser apenas a irmã mais velha para passar a ser também chefe da Casa de Windsor, um papel que a mais nova sempre respeitou. Por esse motivo, foi com tristeza que aceitou a decisão de Isabel II quando esta disse “não” a um possível enlace com Peter Townsend, o grande amor da vida de Margarida, que era divorciado, o que, naquela época, era malvisto pela igreja.
Apesar do duro golpe, manteve-se ao lado da irmã, como sempre tinha feito. Quando já ambas eram casadas e com filhos a relação não mudou, antes pelo contrário. Continuaram próximas e conversavam diariamente, mesmo que fosse por chamada telefónica, uma vez que, ainda que vivessem perto uma da outra – Isabel II residia no Palácio de Buckingham e a princesa Margarida no Palácio de Kensington – não se viam todos os dias.
De recordar que foi Margarida quem deu a alcunha à irmã, quando era ainda muito pequena, motivo pelo qual não conseguia ainda pronunciar o nome desta. Lilibet passou a ser a forma como a rainha era tratada pela irmã e pelos pais e mais tarde também pelo marido, o duque de Edimburgo.
“Elas tinham amor, amizade e um entendimento mútuo que era impressionante de se ver”, referiu Reinaldo Herrera, amigo da princesa Margarida, numa entrevista. Ao autor Andrew Duncan, a condessa de Snowden deixou elogios à irmã. “A minha irmã tem uma aura. Fico muito impressionada sempre que ela entra numa sala. É uma espécie de magia”.
Margarida viria a morrer antes da irmã e da mãe, em fevereiro de 2002, aos 71 anos. Apesar de ser conhecida por esconder as emoções, Isabel II não conseguiu conter as lágrimas no funeral de Margarida. Já a rainha mãe morreria cerca de um mês e meio mais tarde, a 30 de março de 2002, naquele que foi um dos piores anos para Isabel II. A monarca britânica viveria ainda mais 20 anos, tendo morrido no passado dia 8 de setembro, aos 96 anos.