Carlos III seguiu a tradição da mãe. No passado mês de setembro foi anunciado que iria manter o nome pelo qual sempre foi conhecido. “Hoje a Coroa passa, como aconteceu durante mais de mil anos, para o nosso novo monarca, o nosso novo Chefe de Estado, Sua Majestade o Rei Carlos III”, declarou Liz Truss, a ex-primeira-ministra britânica, na altura em que comunicou a decisão do rei ao Parlamento.
Tal como fez a rainha Isabel II, Carlos III optou por não mudar o seu nome, uma decisão que não tem sido muito comum no Reino Unido. Poderia ter escolhido qualquer um dos seus nomes próprios, pelo que poderia ter também ter optado entre Philip, Arthur e George. No entanto, decidiu escolher aquele pelo qual sempre foi conhecido, um nome que na história da monarquia britânica não trouxe muita sorte àqueles que o usaram. Carlos I e Carlos II não tiveram finais felizes.
Carlos I
A sua história remonta a 1600, ano do seu nascimento. Era filho de Jacob I, primo de Isabel I, que morreu três anos depois sem deixar descendência. Por esse motivo, o seu primo subiu ao trono e, ao morrer, o seu filho herdou o título. No entanto, a sua passagem pela Coroa esteve longe de ser perfeita.
Quis casar-se com a infanta espanhola María Ana, filha do rei Felipe III, mas essa decisão acabou com uma declaração de guerra, dado que a infanta era católica e em Inglaterra pratica-se o anglicanismo. Ainda assim, casou-se com a princesa Henriqueta Maria, de França, com quem teve nove filhos.
Já o seu reinado acabou de forma parecida ao de Maria Anonieta. Famoso por ter governado de forma absolutista durante 11 anos, a sua forma de governar deu origem à Guerra Civil de Inglaterra, que acabou com a decapitação do rei e a proclamação do seu filho, Carlos II.
Carlos II
Quando morreu o seu pai, Carlos II não se encontrava em Inglaterra. O seu reinado coincidiu com o nascimento de dois importantes grupos políticos no país, os Whigs, liberais, e os Tories, conservadores. No entanto também ficou conhecido pela sua vida pessoal. Casou-se com Catarina de Bragança, ainda que se dissesse que tinha 16 filhos ilegítimos, frutos de relações extramatrimoniais.
Enquanto esteve no poder enfrentou episódios complicados que assolaram o país, como a Grande Peste e o Grande Incêndio de Londres. Morreu aos 54 anos, vítima de um ataque de apoplexia.