Após terem sido coroados, o rei Carlos III e a rainha Camilla deixaram a Abadia de Westminster em direção ao Palácio de Buckingham, naquele que é conhecido como o Cortejo da Coroação. Ligeiramente mais extenso do que aquele que os levou até à abadia, integrou outros membros da família real, como William, Kate e os filhos, George, Charlotte e Louis, e os duques de Edimburgo, Eduardo e Sophie, com os filhos, Louise e James.
O cortejo teve a participação de elementos dos três ramos das Forças Armadas do Reino Unido e também da Commonwealth, num total de seis mil militares, e foi liderado pela princesa Ana. Para dar especial relevo à sua irmã, a Princesa Real, que é o membro mais ativo da família real, Carlos atribuiu-lhe o papel de Gold-Stick-in-Waiting, ou seja, a pessoa a quem é confiada a segurança pessoal do soberano.
Desenhado por William Chambers e fabricado por Samuel Butler, o Coche de Estado Dourado, uma preciosidade barroca datada de 1762, foi utilizado pela primeira vez pelo rei Jorge III para assistir à abertura do Parlamento nesse mesmo ano, e pela última vez no ano passado, por ocasião do Jubileu de Platina de Isabel II, em junho de 2022.
Este é o terceiro coche mais antigo do Reino Unido e é feito em talha dourada. Forrado e revestido a veludo e cetim, apresenta painéis laterais pintados com imagens de deuses romanos e três querubins na cobertura, que representam Inglaterra, a Escócia e a Irlanda. É puxado por oito cavalos e desloca-se de forma lenta, devido à sua idade e ao seu tamanho: pesa quatro toneladas, mete sete metros de comprimento e 3,6 de altura.
Em 2018, num documentário sobre a sua coroação, Isabel II referiu que viajar neste coche é “horrível”. Talvez por isso, enquanto que o cortejo da mãe percorreu 7,5 quilómetros pelas ruas de Londres, o de Carlos limitou-se a dois quilómetros.